Pedro Ferreira foi afastado do comando da corporação e agora diz que o socorro pode estar em causa. Direção não comenta.
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O comandante dos bombeiros do Montijo foi despedido no passado dia 12 de maio e refere que o socorro no concelho está posto em risco pela falta de profissionais, meios e por não ter a disponibilidade total, como tinha enquanto funcionário, para comandar teatros de operações.
Pedro Ferreira foi despedido por incompatibilidade com a atual direção - que não respondeu ao pedido de comentário feito pelo JN - eleita em dezembro.
As festas populares do concelho, que celebra o São Pedro no fim do mês, estão à porta depois de um interregno de dois anos devido à pandemia. A maior afluência de pessoas à cidade e as largadas de toiros serão um teste, do ponto de vista de Pedro Ferreira, às fragilidades dos bombeiros.
"Há falta de bombeiros e os que estão a trabalhar fazem-no por amor à cidade. Há elementos a realizar turnos de 36 horas, nomeadamente na sala de comunicações". "Quando passo por eles parecem zombies", afirma o comandante, que culpa a direção da associação por "não querer resolver os problemas".
"Há falta de equipamentos, os Equipamentos Individuais de Proteção que foram encomendados pela anterior direção estão por devolver e não são utilizados quando há 16 bombeiros sem estes equipamentos. Também foram encomendados capacetes, mas sem óculos e fiz pedido para novos equipamentos de combate a incêndio florestal, mas não tive resposta", refere Pedro Ferreira.
Elementos a sair
O comandante refere que a corporação está a perder elementos. "Nos últimos seis meses três bombeiros despediram-se e dois, incluindo eu, foram despedidos". Sem o carro de serviço que permitia circular em marcha de socorro, agora não pode acorrer para comandar um teatro de operações se estiver em casa.
Pedro Ferreira está atualmente com o subsídio de desemprego, o que o obriga a procurar trabalho, mas vai continuar no comando dos bombeiros mais três anos, do qual apenas pode ser exonerado pela Proteção Civil Distrital. "Com a minha demissão, não há profissionais na estrutura de comando, uma vez que era o único", atalha.