Confraria recém-criada em Seia organiza este sábado o seu I Capítulo. Um dos objetivos dos 20 fundadores é captar turistas para a região.
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Os confrades plantaram e regaram as abóboras. As suas mulheres, depois, usaram receitas de família para fazerem os doces. E o requeijão foi disponibilizado por empresas da região. Assim, ficou tudo pronto para que, amanhã, a Confraria do Requeijão com Doce de Abóbora possa oferecer a iguaria que lhe dá nome a todos os que comparecerem no seu I Capítulo, em Seia. Mas, a partir daí, a recém-formada organização pretende ir mais longe: o objetivo é dinamizar a região e captar turistas.
"Interior, interior, interior". É esse foco dos 20 fundadores da Confraria do Requeijão com Doce de Abóbora, como sublinha ao JN um deles, José Rogeira. "Acreditamos, cada vez mais, no potencial do interior. Queremos que as pessoas, à boleia da iguaria, o visitem e o conheçam", frisa.
Foi durante a pandemia que um grupo de amigos - alguns empresários - contrariou a tendência de afastamento social para "olhar para as raízes" e para se unir. Por isso, abraçaram a ideia já antiga de Rui Mendes - que agora será o confrade-mor - de criar uma confraria que ajudasse a divulgar uma das iguarias da região. "O binómio requeijão com doce de abóbora foi criado em Seia, há mais de cem anos, pela mãe de um hoteleiro da região, o senhor Jorge Camelo [que será confrade de honra]", conta José Rogeira.
Sem recorrer a quaisquer fundos públicos, o grupo - cujos membros têm idades compreendidas entre os 16 e os 67 anos - meteu mãos à obra. Este ano, o I Capítulo vai ter lugar no Conservatório de Música, de manhã deste sábado, e no Mercado Municipal, à tarde. "No próximo ano, vai ser no Castelo de Seia, que muita gente não sabe que existe. E pretendemos ir reativando algumas iniciativas que deixaram de se fazer, como rally papers e provas desportivas", desvenda o confrade.
Causas sociais
Este sábado a partir das 11 horas, acontece a apresentação da confraria e a entronização. E a festa continua, à tarde, pelas 15 horas, com o "Rebentamento da Abóbora", seguido de uma tarde lúdica que inclui a confeção do requeijão e do doce de abóbora, degustação e momentos musicais.
Já com os olhos no futuro, os confrades equacionam enveredar pela comercialização da iguaria. Mas, garantem, "sem querer usufruir de um tostão que seja". "Os lucros irão reverter para causas sociais, nomeadamente, para instituições de apoio à criança", assegura José Rogeira.