CGTP-IN garante que vai cumprir todas as normas de saúde pública. Pandemia afasta UGT da rua, pelo segundo ano consecutivo.
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Sem limite de participantes na Alameda e com dois desfiles, em Lisboa, mais 26 no resto do pais. É assim que a CGTP-IN vai assinalar, sábado, o Dia do Trabalhador. A Intersindical garante, contudo, que todas as normas de saúde pública serão cumpridas, embora não tenha pedido parecer à Direção-Geral da Saúde (DGS). Já a UGT afastou-se da rua, pelo segundo ano consecutivo, e promove uma conferência online.
Na quinta-feira, a CGTP-IN ainda não sabia quantos autocarros vão rumar do distrito de Setúbal a Lisboa, onde serão promovidos dois desfiles.
"O estado de emergência não restringe os direitos". É assim que Ana Pires, da Comissão Executiva da Intersindical, justifica a razão pela qual a CGTP-IN não impôs qualquer limite ao número de participantes no comício da Alameda, ao contrário do que fez a Associação 25 de Abril, com o desfile do 47.º aniversário da revolução dos cravos, na Avenida da Liberdade. Um desfile que teve o crivo da DGS.
A Intersindical, porém, não enviou um plano de contingência. "Existem normas e orientações claras da DGS", justifica Ana Pires. A Autoridade de Saúde confirma: "Há orientações gerais aplicáveis a eventos desta natureza, permitindo a minimização de risco".
Haverá marcas no chão
Porém, tal como no ano passado, a CGTP-IN vai colocar marcações para ajudar os participantes a manterem o distanciamento. Além disso, haverá diferenciação de circuitos, álcool-gel e será obrigatória a máscara.
Ana Pires vinca ainda que não haverá zonas de comes e bebes, que potenciam o convívio e o lado festivo do dia do trabalhador. A Intersindical vai concentrar-se, assim, no lado da luta, assinalando o 1.º de Maio com a "rejeição da política de agravamento da exploração, de empobrecimento e atropelo dos direitos".
"Este ano, ainda não teremos as ações massivas nem serão chamadas as famílias. Talvez para o ano", diz, assegurando que "ninguém está mais preocupado com a segurança e a saúde dos trabalhadores do que a CGTP".
UGT festeja na internet
Também a UGT só em 2022 admite assinalar o 1.º de Maio como era habitual, com uma concentração em Vila Real. "Era onde íamos fazer o 1.º de Maio no ano passado. Contávamos juntar cinco mil pessoas. Mas cancelamos por causa da pandemia", revela o secretário-geral-adjunto, Sérgio Monte.
A UGT também recusou participar no desfile do 25 de Abril por causa da pandemia. E esse é o motivo que leva a União Geral de Trabalhadores a manter, pelo segundo ano consecutivo, os festejos na Internet. Amanhã, promove uma conferência com 60 pessoas num espaço onde caberiam 500. E apela a que o evento seja acompanhado online. "É sobre uma matéria muito importante: a negociação coletiva", vinca Sérgio Monte.
PORMENORES
Duas concentrações
Em Lisboa, a CGTP-IN promove duas pré-concentrações, pelas 15 horas: uma no Campo Pequeno (com os participantes do distrito de Lisboa) e outra nos Anjos (com os participantes do distrito de Setúbal). As duas partem em direção à Alameda D. Afonso Henriques, onde a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, discursa.
Nos Aliados (Porto)
A CGTP-IN promove mais desfiles e concentrações em outras 26 localidades do país. No Porto, por exemplo, ocorre uma manifestação, pelas 15 horas, na Avenida dos Aliados, com a intervenção de Tiago Oliveira, coordenador da União de Sindicatos do Porto e membro da Comissão Executiva da CGTP-IN.
Noutros locais
Em Coimbra, haverá uma concentração às 14.30 horas na Praça da República e, em Guimarães, às 15 horas, no Largo do Toural.
Dois ministros na UGT
Já a UGT promove uma conferência, que pode ser acompanhada na sua página da Internet, sob o tema: "Os desafios da negociação coletiva: bloqueios e oportunidades". Na conferência, que decorre entre as 10 e as 16 horas, participam dois ex-ministros do Trabalho socialistas, Vieira da Silva e Paulo Pedroso. Será encerrada pelo secretário-geral da UGT, Carlos Silva.