Os inertes que estão a ser depositados junto à orla marítima da cidade do Funchal poderão ser usados num arranjo urbanístico que acrescente alguns milhares de metros quadrados à capital madeirense, admitiu o secretário regional do Equipamento Social, Santos Costa.
Corpo do artigo
A parte leste da costa funchalense recebeu já mais de 100 mil metros cúbicos de entulhos provenientes dos trabalhos de desobstrução das ribeiras que rasgam a capital madeirense, das montanhas ao mar, em consequência do temporal que fustigou a Madeira.
As toneladas de pedras e entulhos que as fortes enxurradas do temporal de 20 de Fevereiro arrastaram para a baixa da cidade estão a ser depositadas na praia de pedra rolada entre o cais e a zona velha da cidade do Funchal, formando montes que ultrapassam já a estatura média de uma pessoa, tapando a visão sobre o mar que era possível observar ao longo da marginal da Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses.
"O que se passa aqui - diz o secretário regional do Equipamento Social, Santos Costa, em declarações à Agência Lusa - é o resultado do trabalho de uma semana e meia e desde que ocorreu este temporal nós temos estado, aqui, a depositar os materiais resultantes da limpeza de desobstrução das ribeiras e das ruas do Funchal".
O secretário regional explica que a parte leste da praia de pedra rolada da cidade do Funchal foi a escolhida para acolher os inertes por ter entendido ser "a mais apropriada e mais próxima do acontecimento".
"Nós já temos, aqui, cerca de 100 mil metros cúbicos de material das ribeiras acumulado, representando cerca de 10 mil camiões transportadores do material das três ribeiras até aqui, a esta praia junto ao cais", refere o governante madeirense.
Confrontado sobre o destino a dar ao entulho que diariamente tem vindo a ser acumulado ao ponto dos passantes da Avenida já não desfrutarem da vista mar que antes usufruíam, Santos Costa declara: "temos naturalmente que ver que finalidade se vai dar a este espaço".
"É um assunto que ainda não está tratado, resolvido e decidido. Para já, o material vai ficar cá, vamos ajeitá-lo para que ele não fique com um aspecto muito feio e que não tape a vista à marginal", observa, ressalvando: "entretanto, vamos ver, depois, o que se irá fazer, ou retiramos daqui, ou aproveitamos esta plataforma para fazer alguma coisa que embeleze e que beneficie a cidade do Funchal".
"Ou será uma coisa, ou será outra - continua - se o entulho ficar aqui, havemos de dar um tratamento a esta zona, aproveitando, com um arranjo urbanístico, integrá-lo na vida da cidade".
O temporal de 20 de Fevereiro causou 42 mortos, oito desaparecidos e um rasto de destruição avaliado em 1,4 mil milhões de euros.