A variante de ligação da autoestrada A8 à Área Empresarial das Palhagueiras, em Torres Vedras, arranca esta semana. Os seis quilómetros custarão cerca de 17 milhões de euros, mas vão permitir retirar centenas de camiões que diariamente passam pelo centro de localidades e fomentar novos negócios,.
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Segundo a presidente da Câmara, Laura Rodrigues, a nova via “fará muita diferença”. Facilitará o trânsito numa zona onde se concentra uma parte relevante da produção hortícola do país (nomeadamente de tomate, pimento, pepino e alface), que segue para abastecer o mercado nacional e para exportação. E, ao mesmo tempo, melhorará a qualidade de vida de quem reside nas proximidades, nomeadamente em A-dos-Cunhados e Maceira, já que a atividade movimenta centenas de camiões diariamente, que não têm outra solução a não ser passar pelo interior das povoações. Quando a autarquia avaliou a intensidade de tráfego no local registou “cerca de 300 camiões por dia”, especificou a autarca ao JN, sublinhando que, desde então, a intensidade aumentou.
O troço rodoviário que vai resolver problema, ao ligar a A8 à área empresarial das Palhagueiras, onde estão a maioria das centrais hortofrutícolas do concelho, terá uma extensão de seis quilómetros com duas faixas de rodagem em cada sentido. Custará 16,7 milhões de euros (mais IVA), sendo que 11,6 milhões de euros serão financiados através do Plano de Recuperação e Resiliência e o resto será suportado pelo município, através de um empréstimo bancário.
A obra, disse Laura Rodrigues, será consignada na próxima sexta-feira e os trabalhos deverão iniciar-se “logo de seguida”, até para cumprir o “apertado” calendário de 300 dias. Ou seja, se não houver imprevistos, a variante estará pronta daqui a menos de um ano.
Numa segunda fase, pretende-se construir mais quatro quilómetros para estender a via até Santa Cruz. O concurso para o projeto deverá ser lançado ainda este ano.
Empresários ansiosos
A construção de uma via desta natureza, sublinhou Laura Rodrigues, é uma pretensão com cerca de 20 anos, pelo que os empresários “aguardam ansiosamente” a sua concretização. Os negócios, que na última década já sofreram um “crescimento significativo”, poderão continuar a desenvolver-se, uma vez que o escoamento de produtos fica facilitado.
A variante rodoviária também melhorará a qualidade de vida dos residentes e “as condições para chegar ao litoral, o que é bom para o turismo”, concluiu a presidente da Câmara.
Ao custo da obra juntam-se os gastos com as expropriações de terrenos. Em dezembro, quando aprovou o projeto para construir a variante rodoviária, o município declarou a utilidade pública de 58 parcelas de terreno, numa extensão de cerca de 40 hectares, com um encargo de 1,8 milhões de euros. Segundo a presidente da Câmara, Laura Rodrigues, os terrenos já foram expropriados, ficando o processo de posse concluído nos próximos dias.