O fim de semana chega a Vilar de Perdizes, em Montalegre, cheio de adivinhações, falas com os mortos, revelações e promessas de curas milagrosas.
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Dezoito "mestres das ciências do oculto", vindos de todo o país, serão protagonistas do Congresso de Medicina Popular, que decorre até domingo e que privilegia o debate entre investigadores e especialistas de medicinas alternativas e doenças da mente.
O padre Lourenço Fontes, impulsionador do evento há 31 anos, volta a liderar este ano a organização, da qual também faz parte o padre António Joaquim Dias. Estão cientes de que, passadas três décadas, é preciso dar um novo impulso ao certame e, por isso, querem transformá-lo numa "plataforma de saúde e bem-estar, para que não fique reduzido ao misticismo". O objetivo é ajudar a "encontrar soluções nas plantas, na acupuntura, na osteopatia ou nas massagens", entre outros.
A ideia é vista com agrado por Franky Innocenti, parapsicólogo, e pela taróloga Ana Maria, ambos da zona de Lisboa, e que estão instalados estes três dias em Vilar de Perdizes. "Acho que seria ótimo darem um novo fôlego à feira, porque nos últimos anos morreu um bocadinho", salienta Ana Maria.
Para além do misticismo, o congresso de medicina popular também vai dar destaque aos produtos locais. Segundo António Joaquim Dias, estão confirmados 16 expositores de mel, hortícolas, chás, licores, entre outros dos muitos produtos confecionados pelas gentes do Barroso.
Este sábado, além das palestras e das bancas de curandeiros e videntes, os visitantes poderão ser guiados pelo padre Fontes e Domingos Barros numa "rota histórica pela aldeia". À noite, o sacerdote assume o papel de "Dom Bruxo" para protagonizar a queimada. O congresso termina, domingo, com um convívio que terá como prato principal o pão cozido no forno do povo.