Há dois anos, Daniel Parreira recuperou a adega da família. Tem 35 anos e cresceu a ver o avô, conhecido como Mestre Daniel na aldeia onde vivem em Beja, produzir vinho. Com o intuito de reativar o fabrico, criou a marca XXVI Talhas.
Corpo do artigo
Em Vila de Alva, produz vinho tinto, branco e palhete, obtido pela mistura de uvas brancas e tintas.
Os vinhos de Daniel Parreira, produzidos em potes de barro, foram degustados na 17.ª Essência do Vinho, que decorreu no Palácio da Bolsa, no Porto. Cerca de 20 mil visitantes apreciaram mais de quatro mil vinhos, feitos por 400 produtores de todo o país.
"Este evento serviu para desmistificar e democratizar o universo do vinho. Há 17 anos, ir à descoberta do vinho e falar com o produtor era uma coisa que estava muito afastada do consumidor", disse Nuno Pires, membro da organização.
De acordo com o responsável, o certame serve ainda para dar a conhecer uma nova geração de produtores com "vinhos muito bem trabalhados". É o caso de Luís Leocádio, de 32 anos, e Vanessa Santos, de 30. São marido e mulher. A primeira colheita foi em 2016.
"Os pais da minha esposa tinham umas vinhas velhas espetaculares que não estavam a ser valorizadas. Começamos a produzir vinhos e criamos o projeto Titan af Douro", contou Luís Leocádio, revelando que a marca foi batizada com o nome do cão da família.
Turismo ajuda
Segundo Nuno Pires, "o turismo tem sido uma mais valia para a Essência do Vinho", que tem ganho cada vez mais adeptos brasileiros e americanos. Natural do Canadá, Joel Monfils, 45 anos, é prova disso. Juntamente com dois amigos reservaram dois dias para descobrir novos vinhos no Porto. "Delineamos um plano de ataque. Num dia provamos espumantes e vinhos verdes. Hoje [domingo], foram os tintos e os generosos", revelou.