Quando Firmino Oliveira era criança, brincava nos passeios das ruas da freguesia de Pedrouços, na Maia, e numa mata junto, onde passa actualmente a A3. "Tinha um lavrador e era onde íamos buscar leite fresco", recorda.
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Mas, além disso e de um campo de futebol que a pequenada improvisou, "não havia nada onde brincar com os amigos".
Durante os 20 anos em que viveu em Pedrouços, a freguesia mudou radicalmente. Por todo o lado, cresceram prédios e aquela mata que fazia as delícias da sua infância tornou-se num monte de entulho. Até há pouco tempo, quando a Câmara da Maia resolveu transformar esse terreno, com 20 mil metros quadrados, num parque urbano, com área de merendas, parque infantil, espaço para os idosos jogarem cartas e zona relvada com duas balizas para a prática de desporto.
No parque, estão também a ser plantadas várias árvores, desde choupos negros, plátanos e freixos, para funcionar como uma cortina verde que minimize o barulho do trânsito proveniente da A3.
O espaço, que será inaugurado amanhã, vai ter ainda uma ponte de madeira para fazer a ligação ao polidesportivo de Teibas. Mas falta uma coisa: despoluir a ribeira (o que vai demorar dois anos), que serviu de inspiração para a escolha do nome do parque.
Muitos dos moradores de Pedrouços chamam àquele riacho que desagua no rio Leça de "Boi Morto", porque "conta-se que antigamente faziam ali uma feira do gado e abatiam os animais junto à ribeira, atirando os despojos para a água", explica Firmino Oliveira. Mas outros chamam-na de Ribeira dos Amores: o nome por que é conhecida no Porto (onde nasce), que a Câmara escolheu , por razões óbvias, para o novo parque urbano.
Apesar da designação romântica, o Parque dos Amores é mais vocacionado para actividades de lazer familiar. Algo que agrada aos moradores. "É demasiado perto da casa dos meus pais para ir para lá namorar", ironiza Isa Neves.
"Aqui fazia falta um espaço daqueles. Às vezes, precisamos de arejar as ideias, de dar uma volta ou descansar e não temos para onde ir. É só casas", sublinha Manuela Teixeira. "Realmente, precisamos de algo assim", concorda Adelaide Freitas, acrescentando: "Tudo o que seja para os miúdos estarem sossegados faz falta".