Região Norte concentra quase metade dos cidadãos inscritos em centros de emprego em todo o território nacional.
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De acordo com a perspetiva, podem ser mais preocupantes os 28 mil inscritos no centro de emprego no Alentejo do que os 223 mil inscritos na região Norte. Os números já há muito que deixaram a esfera governamental e passaram também para as autarquias, levando-as a desenvolver programas de requalificação profissional aos desempregados e a criar condições para que as empresas se fixem nos seus concelhos. As contas feitas pelo JN não representam a taxa de desemprego, mas simplesmente o número de pessoas inscritas nos centros de emprego em março deste ano, ponderadas pela população ativa registada nos censos do Instituto Nacional de Estatística em 2011.
Desta forma, em Portugal, estão inscritas 541 570 pessoas nos centros de emprego. A região Norte bate o recorde de inscrições com 223 307 pessoas a constar da lista do Instituto de Emprego e Formação Profissional, podendo ou não estar a receber prestações sociais. No Centro, o número de inscrições desce para 77 806 e na região de Lisboa e Vale do Tejo volta a subir para 174 837. Do Alentejo, onde há 28 440 inscritos, ao Algarve, com 24 180, é sempre a descer.
Os números provam uma realidade já conhecida: o "peso" das pessoas inscritas nos centros de emprego é inferior ao número real de desempregados. Em parte, porque alguns dos desempregados já desistiram de procurar emprego (pela idade ou pela experiência profissional) e entendem que não vale a pena ter que fazer apresentações periódicas nas juntas de freguesia nem a prova de que estão a fazer uma procura ativa de emprego. Em outros casos, o facto de não poderem receber prestações sociais faz com que os desempregados não se registem.
Com menos desemprego
Contas feitas, os municípios com menos desemprego (tendo em conta o número de população e o número de inscritos nos centros de emprego) são, entre outros, Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra, Melgaço, Barcelos, Felgueiras, Tabuaço, Mesão Frio e Resende, com 7% da população desempregada.
No Norte, com mais desemprego, está o concelho de Cinfães com 27%, Resende, com 24% e Baião, Mesão Frio e Tabuaço com 23%. As elevadas percentagens são explicadas pelo baixo número de população residente e pelo elevado número de inscritos no centro de emprego. A taxa mais elevada verifica-se nos concelhos de Porto e Espinho, com 19%. Entre as grandes cidades que são sede de concelho, Gondomar conta com 16%, Gaia com 17%, Vila Real com 14%, Braga com 12% e Maia com 13%. Aqui, o número de inscritos nos centros de emprego conta com uma elevada parcela de jovens licenciados.