O primeiro ministro, José Sócrates, disse ontem, no lançamento das obras de requalificação do fosso da muralha de Peniche, que esta intervenção é um exemplo para outras cidades do país requalificarem zonas históricas e se desenvolverem.
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"Vim a Peniche em 2001 assinar um protocolo para se fazer esta obra quando era ministro do Ambiente e desenvolvi uma política para as cidades porque tinha consciência de que Peniche devia ter uma obra de requalificação do fosso para valorizar a cidade e mostrar ao país que todas as cidades deviam fazer investimentos na requalificação dos seus espaços nobres e históricos", afirmou o primeiro ministro.
José Sócrates defendeu que a intervenção "vai arrastar investimento privado e induzir melhorias no que se refere à requalificação do espaço público". Por outro lado, sublinhou que se trata de uma obra "da maior importância se o país quer conservar aquilo que é a memória, a história e a identidade das cidades".
As obras de requalificação do fosso da muralha de Peniche, destinadas a limpar as lamas poluídas das descargas de esgotos, efectuadas até 2001, e a resolver os problemas de poluição, vão decorrer durante 18 meses.
As obras, orçadas em 3,8 milhões de euros, vão realizar-se sobretudo na zona molhada do fosso que, por estar assoreado e com lamas poluídas, vai ser limpo e vão ser retirados os dragados.
Após a intervenção, o local vai ser transformado em espaço de recreio náutico, acessível a pequenas embarcações. A zona envolvente vai ser também requalificada em termos paisagísticos, estando prevista a recuperação da margem nascente do fosso, a construção de duas travessias pedonais e de uma ponte rodoviária para substituir a actual, a criação de espaços verdes e lúdicos e a iluminação pública das muralhas.
Uma eclusa - sistema de comportas - vai ser também construída na zona do Cais das Gaivotas para permitir um nível mínimo de água, na praia mar e baixa mar, para facilitar a entrada de pequenas embarcações.