Às afinações de última hora seguiu-se a partida rumo a Fátima de cerca de três centenas de cicloperegrinos que a 13 de Outubro irão juntar-se a outros fiéis no Santuário de Fátima. O arranque, ontem, em Albufeira, foi acompanhado de lágrimas de despedida, mas também de aplausos.
Corpo do artigo
Pela frente os peregrinos têm um percurso de 424 quilómetros divididos em quatro etapas. "A fé é o nosso combustível. Move montanhas e também bicicletas", brincava Carlos Franco, dos "Trepadores da Figueira", uma equipa de cicloturismo de Portimão, que aceitou o desafio de viajar até Fátima.
Ao grupo juntou-se pela primeira vez Mónica Barradas que garante que as mulheres "estão igualmente preparadas. Somos mais de trinta inscritas e prometemos não ficar para trás nem deixar mal a classe feminina".
Por entre os ciclistas que se preparavam para o toque da partida estava José Matias. Residente em Fátima, viajou até ao Algarve de transportes públicos para fazer o percurso inverso de bicicleta. "Foi o único a fazer isto e não sei explicar porquê. É a fé que me move e me dá força", confessou.
A mesma explicação é dada por Manuel Barbosa que aos 74 anos participa pela terceira vez. "E fui sempre até ao fim. Agora vou tentar fazer o mesmo", afiança, acreditando ser "um exemplo para os mais novos".
"Este ano batemos o recorde de inscrições com 310 participantes, dos quais 260 são ciclistas e 50 acompanhantes", salientou Bernardino Caliço, vice-presidente da Associação de Ciclismo do Algarve, que organiza a "8ª Cicloperegrinação a Fátima".
A caravana estende-se ao longo de um quilómetro "o que nos obriga a adoptar determinados procedimentos para evitar problemas. Nunca houve acidentes de relevo", destacou o Major Vítor Calado, responsável pela segurança da prova, com paragens previstas em Aljustrel, Montemor-O-Novo, Alpiarça até à chegada ao Santuário na próxima quarta-feira.