O Senhor de Matosinhos continua a atrair multidões. Decorrida uma semana de festa, os feirantes dizem que o balanço é “positivo”.
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Dolores Lima, mais conhecida por “Lola” e que dá nome à rulote, com esplanada, que vende farturas e churros, adianta que, por vezes, “são tantas as pessoas que nem se vê o paralelo da estrada”.
A venda dos Bolinhos de Amor também é algo que não pode faltar. José Carlos, de 72 anos, já conta 52 anos com presença certa, nesta época, em Matosinhos. Dá a cara pela Confeitaria Sarita, do Marco de Canaveses. “As perspetivas são boas. Já é tradição, as pessoas procuram-nos. Estamos abertos até às duas horas da madrugada, só quando começamos a fechar as barracas é que as pessoas começam a ir embora”, diz José Carlos, à frente da banca onde também pontificam cavacas, Fatias do Freixo e todo o tipo de doçaria.
Muita juventude
Diz, por sua vez, Dolores Lima, também tratada por Lola: “Venho para aqui há 25 anos, já antes vinha com os meus sogros. É a melhor festa do Norte, a mais rentável. A festa da Agonia (Viana do Castelo) tem mais gente, mas tem a vantagem da proximidade à Galiza, que atrai muitos espanhóis”.
Bem-disposta e conversadora, Lola não tem razões de queixa. “O nortenho tem na sua essência dar uma voltinha no carrossel, comer uma fartura e também uma sardinhinha”, comenta, enquanto atende os fregueses. “Para comer e beber, o povo está sempre pronto”, refere, salientando que a romaria de Matosinhos tem muita juventude. “São tantas as pessoas que nem se vê o paralelo da estrada”, reforça.
Daniel Guimarães gere um negócio a que niguém fica indiferente. Todos vão dar uma espreitadela. O Daniel vende grilos. É assim há 15 anos. Com gaiola e uma folha de alface, o preço é de cinco euros. Tem muita procura, “Por dia, vendo uma média de 50, todos os dias vou buscar grilos ao produtor, em Penafiel”, conta. “O único fabricante de gaiolas é de Mindelo e já disse que não sabe se vai continuar para o ano”, confidencia, para evidenciar a mudança dos tempos e a dificuldade de manter o negócio dos grilos. Também tem manjericos, que vão dos três aos 15 euros conforme o tamanho, mas antevê que no S. João, no Porto, o preço vá subir.
Rita Alves, a comemorar os anos da irmã, Ana Oliveira, escolheu Matosinhos para o aniversário. “Sou do Porto e adoro o S. João, mas o Senhor de Matosinhos é diferente, pela envolvência, as pessoas, os carrosséis e tudo o mais", explica. “A preocupação quando venho é onde deixar o carro. Voltarei para assistir ao festival de folclore e ver o Rancho Paroquial de Guifões”, antecipa, satisfeita.

