A "jogar em casa", Montenegro critica jornalistas por perguntas sobre a Spinumviva
No arranque da segunda semana de campanha, Luís Montenegro escolheu "jogar em casa", com uma visita à feira de Espinho, partilhada por mais cinco candidaturas, entre as quais a do PS. O líder da AD criticou os jornalistas por perguntas sobre a Spinumviva e pediu aos portugueses "condições de governabilidade".
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Ao todo, foram seis os partidos que elegeram a feira de Espinho, no distrito de Aveiro, para arrancar a segunda semana de campanha eleitoral: AD, PS, PAN e Partido Popular Monárquico (PPM) levaram os líderes; ADN e Chega ficaram-se por comitivas mais modestas. Numa amálgama de músicas partidárias e cores políticas, as seis caravanas partiram do mesmo local, o Centro Multimeios, rumo à feira, com alguns minutos de diferença. A "jogar em casa", a caravana que mais gente levou foi a de Luís Montenegro.
Acompanhado por Nuno Melo, presidente do CDS, Paulo Rangel, cabeça de lista da AD pelo Porto e atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Emídio Sousa, secretário de Estado do Ambiente e líder da distrital do PSD de Aveiro, ou Salvador Malheiro, deputado e ex-presidente da Câmara Municipal de Ovar, entre muitos outros, o presidente do PSD percorreu os corredores da feira durante cerca de 40 minutos, com Pedro Nuno Santos a poucos metros de distância.
Em Espinho, cidade que deu nome à empresa familiar do atual primeiro-ministro, Luís Montenegro não gostou de ouvir falar da Spinumviva e criticou os jornalistas por insistirem no tema que deu origem às eleições antecipadas. "O senhor não tem mais nenhuma pergunta para fazer todos os dias? A RTP está empenhadíssima...", criticou, antes de ser avisado de que a pergunta tinha sido feita por um jornalista da SIC. Para o líder da AD, o "essencial" desta segunda semana de campanha eleitoral é que os eleitores "tomem uma decisão sobre o seu futuro" e deem "condições de governabilidade e de estabilidade" ao Governo. O resto são "manobras para tentar distrair os portugueses de uma avaliação serena".
Empenhado na ideia de que é mesmo preciso ir às urnas, Montenegro reforçou o pedido aos portugueses e não respondeu diretamente às declarações de Rui Rocha, que afirmou na véspera que a Iniciativa Liberal tinha sido desafiada pelas lideranças do PSD a formar uma coligação pré-eleitoral, algo que recusou. "O que eu propus foi uma coligação aos portugueses para continuarem a acreditar neste governo e é essa que interessa agora. As conversas entre os partidos acho que existem e vão existir sempre, mas não é meu hábito distrair as portuguesas e os portugueses como mexericos políticos quando aquilo que está em causa são opções estratégicas para o futuro do país", afirmou.
Para o líder da AD, esta semana os eleitores têm de pensar no que "podem fazer para não termos eleições todos os anos". "O que eu posso dizer é que é preciso ir votar, ponto número um; e é preciso não dispersar o voto para poder dar condições a quem ganha", frisou Luís Montenegro, à saída da feira de Espinho, afastando um possível mal-estar com o CDS, partido com que faz coligação.