Quatro centenas de dançarinos oriundos de vários pontos do país juntaram-se ontem, sábado, no Pavilhão Multiusos de Guimarães. O número poderá atestar o interesse crescente pelas danças a que se assiste por todo o país.
"Gradualmente há uma tendência crescente do interesse pela dança", afirmou Luísa Freitas, da Associação Portuguesa de Professores de Dança de Salão Internacional Norte que organizou o VI Festival de Dança de Salão e Latino Americanas. Das 14 à meia noite, miúdos e graúdos, mostraram-se perante o júri, numa competição dedicada às danças que integrou vários escalões.
Segundo a organizadora e professora de dança as coisas estão a "mudar gradualmente" até porque quando começou a realizar este tipo de iniciativas alcançava apenas os 120 participantes. "Agora, organizamos dois campeonatos e estamos nos 400 participantes", afirmou.
Também Cristina Inês, uma das participantes na competição, certifica que nas escola que frequenta "estão sempre a entrar alunos. Há aqueles que ficam e poucos são os que vão desistindo", aponta. Mas, para as desistências o par de Cristina tem a explicação: "Um objectivo, como participar em competições, pode ajudar. Temos sempre de ter objectivos no que fazemos". Marcos Magalhães é projectista de arquitectura e tem como passatempo a dança. "É um passatempo caro porque as viagens para as competições, as roupas, os adereços, as inscrições... tudo custa dinheiro", afirma reivindicando mais apoio para as associações de dança.
O festival juntou dançarinos de todas as idades que foram passando eliminatória em eliminatória. Cabelos aprumados e trajes a preceito, música a música, os pares coloriam a pista exibindo os dotes perante o público e os colegas. "Na pista tudo conta desde os cabelos ao vestido", refere a organizadora, notando que existem determinadas regras a cumprir.
Luísa Freitas nota que o interesse pela dança social aumentou nomeadamente desde de que começaram a aparecer na televisão alguns programas de entretenimento sobre o assunto. Contudo, diz que também há muitos grupos de competição, o que requer "trabalho, disciplina e continuidade".
De resto, são esses aspectos que Bruno e Andreia têm em conta. São já pré-profissionais e, embora tenham cada um a sua profissão, levam a dança a sério. "Para ter bons resultados temos de trabalhar", aclara a dançarina convicta dos "sentimentos" que diz transmitir quando está a dançar. "Temos de interpretar o que estamos a dançar", diz enquanto descreve a "paixão" que é a dança. "Dançar é como uma droga. Quando se começa não se consegue largar", atira Bruno.
Não obstante a seriedade com que muitos encaram a dança, Luísa Freitas nota que existem muitos casais que depois de reformados optam pelas danças de salão como passatempo que lhes permite fazer exercício físico.
"Uns vão para o ginásio e nós dançamos", disse Lúcia Marinho, enquanto procura a "deixa" para entrar em pista.
