À procura das Perseidas, casal da Figueira da Foz fotografou também uma aurora boreal
A chuva anual de estrelas-cadentes Perseidas tem iluminado os ceús nas últimas noites. Na madrugada desta segunda-feira, na Pampilhosa da Serra, fez-se acompanhar por uma "fantástica" aurora boreal registada por dois astrofotógrafos da Figueira da Foz.
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Tinham reservado a madrugada desta segunda-feira para fotografar a chuva anual de meteoros Perseidas. "É a mais famosa das chuvas de estrelas porque acontece no verão e é mais apetecível de se observar. Na verdade, há mais meteoros visíveis por hora em dezembro, no inverno", explica o astrofotógrafo Miguel Marques, de 32 anos. Ao seu lado, tem a companheira, Maria, de 29. Dedicam-se a fotografar os astros desde 2019.
O casal é natural da Figueira da Foz, mas nos últimos dias esteve na Pampilhosa da Serra, em trabalho. Por lá decidiram ficar para registar a edição deste ano das famosas Perseidas. Estas estrelas-cadentes originaram do cometa 109P Swift Tuttle, que foi descoberto em 1862, durante as suas passagens perto da Terra. Quando o nosso planeta atravessa a antiga órbita do cometa, o que resta das suas poeiras entra na nossa atmosfera, originando aquilo que tantos anseiam ver no céu.
As previsões meteorológicas para a Pampilhosa da Serra eram animadoras, apesar da possibilidade de algumas nuvens baixas. Por volta das três da manhã, elas apareceram, obrigando o casal a arrumar o material e a subir a serra em busca de um céu mais limpo. Perseguidos pelo nevoeiro, montaram e desmontaram o equipamento fotográfico mais algumas vezes até serem surpreendidos por um fenómeno astronómico bem mais raro do que as Perseidas.
Passavam 20 minutos das quatro da manhã quando o jovem casal avistou um "clarão diferente". "Não era poluição luminosa, não era a luz do amanhecer. Confirmámos que se tratava de uma aurora boreal através de uma plataforma de NASA, que fornece esses dados quase em tempo real", contam.
Foi a segunda vez este ano que Maria e Miguel fotografaram uma aurora boreal em solo lusitano. No dia 11 de maio, em Celorico da Beira, foram surpreendidos por uma menos tímida. Desta vez, o nevoeiro insistia em dificultar-lhes a vida, razão pela qual só conseguiram dois registos fotográficos. Contudo, não se deixam desanimar: "Quando queremos fotografar uma aurora boreal temos de comprar um bilhete de avião, que é caro, e rumar mais a norte do planeta Terra. Poder fazê-lo a menos de 100 quiómetros de casa tem outro carinho".