A servidão administrativa “é para mostrar serviço aos investidores” da mina de lítio

Fernando Queiroga, presidente da Câmara de Boticas
Foto: Igor Martins
Fernando Queiroga é presidente da Câmara de Boticas desde 2013. Dos 11 anos cumpridos, quase dois terços são marcados pela contestação à instalação de uma mina de lítio a céu aberto em Covas do Barroso. “Vai cortar a montanha a meio”, avisa.
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Transmontano, daquela cepa que Torga define como gente que a bem dá tudo mas a mal nada feito, Fernando Queiroga recebeu o “Jornal de Notícias” no gabinete do moderno edifício da Câmara Municipal de Boticas, concelho com cerca de cinco mil habitantes. “Não somos fundamentalistas. Todos os dias, da minha janela, vejo aquela pedreira na serra”, observa o autarca, ao sublinhar que a oposição às intenções da Savannah em abrir uma mina de lítio na freguesia de Covas do Barroso têm razões fundeadas na frontalidade das gentes de Trás-os-Montes. “Pesou muito a forma como o processo foi conduzido. Nunca foi explicada à população quais eram as verdadeiras intenções, os prejuízos, os benefícios”, argumenta.
