As 16 tílias foram cortadas esta semana. Moradores e vereador do PS, João Trocado, estão indignados. O futuro pavilhão, Póvoa Arena, deverá ficar concluído em junho.
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Está a gerar polémica o abate das árvores junto à antiga Praça de Touros da Póvoa de Varzim. Nas redes sociais, multiplicam-se as publicações de moradores indignados. O líder do PS, João Trocado, junta-se ao coro de críticas e garante que o projeto não previa o abate das 16 tílias, que, há vários anos, existiam naquele local. A Câmara mantém-se em silêncio.
“Estou indignado com o abate de todas as árvores, porque o projeto de arranjos exteriores que foi a concurso em outubro último previa a sua conservação no local onde estavam”, afirmou, ao JN, o socialista João Trocado, que, esta semana, ficou “tão surpreendido, quanto todos os poveiros” com o abate, “sem qualquer explicação”, das velhinhas tílias.
Na memória descritiva do projeto ficou escrito: “Preservaram-se, tanto quanto possível, as árvores existentes, tílias de grande porte, sobretudo, e introduziram-se novas árvores, bem como novos canteiros e vasos que se pretendem floridos, com flores brancas de preferência”.
A imagem 3D mostra as grandes tílias (16, de acordo com o projeto) em frente à Póvoa Arena, o futuro pavilhão multiusos que ocupou o lugar da antiga Tourada e que deverá ficar concluído em junho.
“Dizem-me que aquelas árvores escondiam a grande obra do nosso faraó e, portanto, havia que as cortar para que todos a pudessem apreciar no seu esplendor. Não sei se foi esse o motivo, mas com certeza não foram as escavações das valas para as tubagens [uma das explicações que um morador garante ter recebido] que justificaram o corte. Não julguem que os poveiros comem gelados com a testa”, continuou João Trocado, não poupando críticas a política da maioria PSD “contrária à preservação ambiental e ao equilíbrio urbanístico”.
Câmara não responde
Sobre a polémica, o JN tentou ouvir a Câmara da Póvoa, mas, até ao momento, não obteve qualquer resposta.
Os arranjos exteriores da Póvoa Arena foram adjudicados, em janeiro, à Alexandre Barbosa Borges por 1,75 milhões de euros. A empreitada engloba “a requalificação geral da área envolvente ao pavilhão multiusos, nomeadamente a substituição de todas as infraestruturas enterradas, a demolição e repavimentação de todos os pisos existentes, a implantação de nova iluminação pública e novos mobiliário urbano e a arborização e ajardinamento de algumas áreas”. A obra arrancou em fevereiro e deverá estar concluída em junho, a tempo da abertura da Póvoa Arena.
O multiusos, com capacidade para três mil pessoas e destinado a grandes concertos, feiras, conferências, exposições e atividades desportivas, custou cerca de 10 milhões de euros. Foi construído no lugar da antiga Praça de Touros e, em sua memória, manteve-se apenas a forma circular.