<p>Perto de três dezenas de sobreiros, ao que tudo indica saudáveis, foram abatidos ilegalmente na Mata do Duque, em Santo Estêvão, Benavente, numa zona onde está a ser construído um condomínio de luxo. A GNR já actuou, após uma queixa da Quercus.</p>
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Foi por causa de uma denúncia de pessoas que moram nas proximidades que a associação ambientalista se deslocou ao local, confirmando que tinham sido cortadas muitas dezenas de árvores aparentemente saudáveis, explicou Domingos Patacho, um dos responsáveis da Quercus.
De acordo com o ambientalista, a sociedade imobiliária que está a construir o empreendimento de luxo tinha autorização para abater árvores, mas apenas as que se encontravam secas e doentes. Contudo, a Quercus assegura que eram visíveis vestígios de ramos e folhagem verde na Mata do Duque, onde Cristiano Ronaldo vai construir uma mansão de 6,1 milhões de euros com a assinatura do arquitecto Souto Moura.
Além dos sobreiros saudáveis, a Quercus testemunhou a presença de um tractor com atrelado, carregado de troncos de árvores verdes não cintadas, em lotes do empreendimento imobiliário, uma situação que também denunciou na sua página de Internet.
O Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente da GNR levantou um auto de contra-ordenação pelo abate ilegal de 27 sobreiros em bom estado vegetativo, apesar da sociedade imobiliária apenas estar autorizada a cortar sobreiros secos.
A Quercus argumenta que "o Estado deve regular comércio de madeira e biomassa, uma vez que tem detectado outras situações idênticas, que decorrem de abates não autorizados de espécies protegidas, cuja madeira entra no circuito comercial de venda de lenha, sem qualquer controlo".
Domingos Patacho defende que a Autoridade Florestal Nacional deveria também actuar neste caso, através da instrução de um processo de contra-ordenação para que o promotor imobiliário seja responsabilizado pelo abate de árvores saudáveis e também por uma questão de salvaguarda desta e de outras áreas de montado.