Abel Baptista, dissidente do CDS-PP e antigo número dois de Daniel Campelo, volta a disputar a Câmara de Ponte de Lima como independente.
Corpo do artigo
Abel Baptista, 57 anos, foi oito anos vice-presidente de Câmara (1993-2001), ao lado do antigo autarca Daniel Campelo, e 12 presidente da Assembleia Municipal (2001-2013), sempre eleito pelo CDS-PP, partido que representou também como deputado na Assembleia da República e do qual se desvinculou em 2016. Há quatro anos, foi eleito (com 23,66% de votos) como independente. É vereador da Oposição no Executivo de maioria CDS e candidata-se de novo à presidência da Câmara pelo movimento "Ponte de Lima Minha Terra", com o apoio do Partido Socialista (PS). Apoiar os jovens na aquisição de habitação e na criação do primeiro emprego é uma das suas bandeiras.
O que o motiva a candidatar-se a presidente da Câmara de Ponte de Lima?
O facto de Ponte de Lima estar, nos últimos 12 anos, num declínio constante no que diz respeito ao investimento, à demografia, à modernidade. É um concelho que está, manifestamente, em retrocesso no panorama nacional, com um índice do poder de compra da ordem dos 70% da média nacional e um decréscimo populacional do dobro da média nacional. Um conjunto importante de serviços desapareceram, um deles foi a Universidade Fernando Pessoa, que deixou de trabalhar em Ponte de Lima. O PDM está completamente ultrapassado. A revisão devia ter sido feita há dois anos.
Quais são as prioridades do seu programa eleitoral para Ponte de Lima?
Além do combate à situação da pandemia e do que irá acontecer no pós-pandemia, é também o apoio à aquisição da primeira habitação e à criação do primeiro emprego para os jovens do concelho. E a dinamização económica do concelho, quer através deste apoio aos jovens, quer da captação de novos e variados projetos para instalação de atividades ligadas, por exemplo, às novas tecnologias e à economia circular. Ponte de Lima tem muitas atividades só ligadas à indústria extrativa do granito, ao têxtil e ao setor automóvel, mas no que é mais básico nestas áreas.
Como avalia o desempenho de quem está no poder na Câmara atualmente?
O que tem sido feito nos últimos quatro anos foi gastar 160 milhões de euros, basicamente, em aplicação de pedra em largos nas freguesias. Tirando isso, 4,5 milhões no novo parque empresarial do granito e que dificilmente será ocupado por qualquer empresário do setor.
Qual é a sua expectativa em termos de resultados eleitorais?
Estou convencido que desta vez sou eleito. As circunstâncias são completamente diferentes de há quatro anos. Tenho um trajeto de Oposição vincada e assertiva ao longo deste mandato. E o facto do presidente da Câmara não ser candidato muda tudo. Há quatro anos, o anterior vice-presidente era dinamizador da campanha do CDS e atualmente ele próprio é candidato independente. E o facto da Câmara ter entregue a água a uma empresa que tem sido um desastre e de eu ter mais sete candidaturas do que tinha há quatro anos, tudo isto é o passo certo para ganhar a Câmara.
Melhor
Melhor
A força da população de Ponte de Lima.
As pessoas premiadas nas mais diversas áreas, desde a desportiva, científica, académica e empresarial.
Pior
A desorganização em que está a Autarquia na questão do planeamento
O concelho está sem qualquer ordenamento. Os planos de urbanização foram desregulados de propósito.