O abrigo nasceu há cerca de 10 anos, por iniciativa da D. Maria, que não aguentava ver os animais abandonados pelas ruas. A história é contada ao JN, por uma amiga, que optou por não se identificar, mas que tem colaborado com a proprietária. "Ela (a D. Maria) começou num terreno emprestado, mas, para se tornar mais independente e não criar problemas a ninguém acabou por alugar o atual espaço no Fogueteiro, Seixal, onde os animais estão muito bem tratados, e a quem ela dá todo o apoio e carinho", conta a colaboradora.
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Só que, segundo o mesmo testemunho, os últimos tempos têm-se revelado particularmente penosos. Por um lado, a crise, que faz com que haja muito mais gente a abandonar os seus animais, por outro pessoas que pedem abrigo temporário para os cães, prometem levar ração e ajudar a cuidá-los, mas desaparecem sem deixar rasto.
A situação tornou-se ainda mais aflitiva há cerca de um mês quando uma instituição que tinha pedido à proprietária para acolher 22 cães, deixou de aparecer e de fornecer as rações necessárias. "De repente, a D. Maria viu-se com mais estes animais e sem comida, porque os responsáveis deixaram de aparecer e nunca mais responderam às tentativas de contacto dela", conta a amiga.
Privada deste apoio, e com cada vez mais gente a deixar--lhe cães, D. Maria está a passar por "momentos de grande angústia", prossegue a colaboradora. "Ela adora os animais, praticamente tudo o que ganha é para eles, mas tem tido imensas insónias, porque não sabe mais como alimentá-los. Ainda na sexta--feira me confessou que só tinha 20 quilos de ração para alimentar 93 cães", sublinha.
A crise tem também agravado a situação. "Há um ano ela tinha 30 cães, hoje são 92, porque há cada vez mais gente a abandonar os animais e menos a adotá-los", diz a amiga. O JN tentou ouvir a responsável pelo Abrigo, mas não foi possível. "Ela anda muito nervosa por não saber como continuar a ajudar os seus 'meninos'", justifica a amiga .
Como ajudar?
Os amigos do "Abrigo D. Maria" têm tentado ajudar, nas redes sociais, a encontrar solução para as dificuldades atuais. Além de ração, o refúgio precisa de mantas, casotas, camas, detergentes, pás e vassouras. Quem quiser ajudar pode contactar o número 969696976.