Academia do Porto classifica de "triste episódio" criticas de praxistas no cortejo
O presidente da Federação Académica do Porto (FAP), João Videira, classificou esta quarta-feira como um "triste episódio" o protesto de um grupo de "praxistas" durante o cortejo da Queima das Fitas do Porto, na terça-feira, contra a falta de residências universitárias.
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"Foi um triste episódio que tentaram protagonizar numa tarde que era da Academia do Porto e dos estudantes e não devemos valorizar", declarou à Lusa João Pedro Videira.
O dirigente referiu que a FAP tem estado a trabalhar as questões alvo das críticas à Câmara do Porto do grupo de "praxistas", nomeadamente a falta de alojamento estudantil, a insegurança na zona do polo universitário da Asprela e a indisponibilidade dos espaços culturais da cidade para acolher as atividades dos alunos.
No início da tarde de terça-feira, um grupo de estudantes finalistas que participou no cortejo dos estudantes do Ensino Superior da Queima das Fitas 2019 do Porto, que decorreu na Avenida dos Aliados, aproveitou o momento em que passava frente à tribuna ali instalada para ler um documento com aquelas críticas.
O episódio levou o reitor da Universidade do Porto, António Sousa Pereira, e o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, a abandonaram o local como forma de protesto, lê-se na edição desta quarta-feira do Jornal de Notícias.
O presidente da FAP, que também estava na tribuna afirma ter sido "totalmente surpreendido".
"Fui apanhado de surpresa na tribuna", admitiu o presidente da FAP, acrescentando que as "problemáticas" que foram levantadas pelo grupo de praxistas têm vindo a "ser trabalhadas pela FAP".
"Cada macaco no seu galho. Cada um tem que fazer o seu trabalho", concluiu.
Confrontado com esta posição da FAP, o ` Dux Veteranorum da Academia do Porto, Américo Martins, assumiu que o momento escolhido para demonstrar desagrado "talvez" não tenha sido o mais indicado.
"O momento talvez não tenha sido o certo, mas foi uma manifestação de um estado de alma e de um sentimento", sublinhou.
Américo Martins considerou que aquele momento deveria ter sido coordenado ou comunicado à FAP porque é quem representa os estudantes.
Apesar de admitir que a situação foi "irrefletida", o `Dux Veteranorum´ realçou, contudo, que as razões que motivaram o momento de silêncio são "justas e válidas".