A 24 de Maio passado, nas festas do Senhor de Matosinhos, um acidente com um carrossel, semelhante ao de Esmoriz, fez oito feridos. Uma cadeira desprendeu-se, então, do "carrossel do gelo", no Luna Park, a mais de 100 quilómetros por hora.
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"Os dois jovens que viajavam no brinquedo caíram de uma altura de cerca de dois metros e, posteriormente, foram atingidos pela cesta que os transportava, ficando gravemente feridos", noticiava o JN, acrescentando a notícia do ferimento de mais oito pessoas na sequência da dispersão de peças metálicas.
O caso arrasta-se até hoje sem apuramento de responsabilidades. A autarquia confirmou que todos os equipamentos do parque de diversões apresentaram a documentação necessária para o licenciamento. Segundo a legislação em vigor, os documentos são assinados por um engenheiro ou por uma empresa qualificada para o efeito. Ainda assim, a Câmara de Matosinhos abriu um inquérito ao incidente, tendo sido a PSP a responsável pela investigação.
Desde 2002 que o Ministério da Economia está para aprovar legislação no sector, mas só depois do acidente de Matosinhos é que a nova regulamentação avançou, embora ainda não esteja em vigor (ver texto ao lado).
Pela legislação actual, basta um termo de responsabilidade assinado por um engenheiro e um seguro para o carrossel estar aprovado para funcionamento.
Assim, existe uma lacuna legal no que respeita à fiscalização do funcionamento dos equipamentos, não havendo uma entidade que certifique a inspecção, apesar de a lei estipular que acção de uma entidade certificadora. Além disso, a maior parte das câmaras não tem técnicos habilitados para fazer as vistorias. É essa, aliás, uma das críticas mais acesas feitas pelo presidente da ADAPCDE, Mário Loureiro, que lamentou, em declarações ao JN que haja "falta de uma inspecção sistemática e rigorosa".