No local, nada deixava margens para dúvidas: o acidente que ontem tirou a vida a Rui Valente, na EN 105, em Santo Tirso, foi violento. Abalroado por um camião TIR, o ligeiro de mercadorias que a vítima (residente no Porto) conduzia ficou destruído.
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A manhã não augurava nada de bom naquela estrada, com o despiste de um motociclo, às 7.35 horas, a provocar um ferido ligeiro. Mas seria difícil imaginar o que se seguiria uma hora mais tarde, a escassos metros de distância.
Surpreendido por perto de 40 toneladas de um veículo em despiste, em plena recta, e sem hipótese de fuga, o Opel Combo da empresa de transporte de encomendas GLS, que seguia na direcção de Santo Tirso (oposta à do camião), sofreu o embate frontal - atingiu mais o lado do condutor - e foi arrastado pelo pesado até sair da estrada, numa zona onde existem rails de protecção.
A violência do impacto fez com que o ligeiro arrancasse o rail, dobrando-o e levando-o debaixo do chassis até ao campo agrícola contíguo à EN 105, na freguesia de Agrela, onde o condutor ficou encarcerado. Eram 8.40 horas. Rui António Gomes Valente, de 70 anos, morreu no local, apesar das tentativas de reanimação que os Bombeiros Voluntários de Santo Tirso fizeram depois de o desencarcerarem.
O corpo da vítima, que residia na zona do Castelo do Queijo, no Porto, foi levado para o Instituto de Medicina Legal de Guimarães, a fim de ser autopsiado. O condutor do camião saiu ileso do acidente, apesar de o veículo ter engolido rails, imobilizado-se mais à frente, no mesmo campo, com a cabine virada para a traseira do atrelado. Não quis falar ao JN.
Aos bombeiros e à GNR de Santo Tirso, que vai investigar o acidente, explicou os contornos da situação. "Cruzou com outro camião, que vinha um pouco fora de mão. Ao tentar encostar-se o mais possível à berma, foi à valeta e a direcção fugiu-lhe. Como é um camião com galera, deve ter perdido o controlo e atirou a frente para a outra carrinha", explicou o segundo comandante dos Voluntários de Santo Tirso, Firmino Neto.
As marcas de travagem do pesado no asfalto eram visíveis sensivelmente a partir da berma e prolongavam-se até ao local onde saiu da estrada, numa extensão de cerca de 20 metros. Aquele troço da EN 105, situado ao quilómetro 10.5, esteve cortado ao trânsito até à remoção dos veículos, operação que se prolongou até às 18.30 horas. O tráfego foi direccionado para estradas secundárias.
Segundo Firmino Neto, o sucedido ontem foi "uma situação esporádica", dado "não haver, há muito tempo, um acidente com morte" naquela via.