Produtores de uva vão receber mais cedo os ganhos da colheita de 2019 devido à pandemia de Covid-19.
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A Adega de Monção vai fazer, esta terça-feira, um pagamento antecipado aos seus associados de 3,4 milhões de euros, como forma de apoiar a região produtora de vinho Alvarinho nesta época de pandemia.
O valor corresponde à segunda metade da colheita de 2019 e irá beneficiar cerca de 1500 famílias produtoras de uva em Monção e Melgaço.
No ano passado, a adega comprou cerca de oito mil toneladas de uvas Alvarinho, tinta e trajadura. A produção rendeu aos agricultores daquela sub-região, 6,9 milhões de euros, sendo que uma primeira tranche de cerca de 50% foi paga por altura do natal. E a restante seria liquidada por altura da Páscoa, mas a pandemia de Covid-19 levou à antecipação do prazo previsto.
"A colheita de 2019 fica 100% paga amanhã (terça-feira, dia 24). A adega tem disponibilidade e é uma ajuda porque as pessoas estão em casa confinadas, têm despesas e é altura de fazer tratamentos da vinha para preparar a próxima colheita", justifica o Presidente da Adega de Monção, Armando Fontainhas, referindo: "Ao transferir este dinheiro para a comunidade, a adega está a apoiar cerca de 1500 famílias num universo de 1600 associados. Algumas famílias têm mais do que um produtor. Este pagamento é importante para a região numa altura destas, de confinamento e de quebra de receitas".
Segundo o presidente da adega, que recebe uva de produtores de toda a sub-região Monção e Melgaço, a pandemia terá consequências nefastas, no imediato, no setor dos vinhos.
"Esta situação é muito complicada. Vamos ter uma quebra muito grande, porque apanha a Páscoa, que é uma altura de vendas e o início do verão, que também costuma ser muito bom. As pessoas não estão a comprar vinho nos supermercados, nem a consumir fora de casa. Com os restaurantes fechados e o turismo parado, vai ser muito mau", comentou, preconizando: "Pelo menos a região dos Vinhos Verdes vai ter uma quebra de 30 a 40 por cento".