Administração do Hospital de Gaia diz que polémica da desclassificação "não faz sentido"

Hospital de Gaia/Espinho
André Rolo / Global Imagens / Arquivo
O Centro Hospitalar de Gaia/Espinho refere que "não se afigura adequado retirar qualquer valência" nas áreas de pediatria, neonatologia e obstetrícia, e estabelece o compromisso de criar uma unidade de cuidados intermédios pediátricos. O presidente do Conselho de Administração, Luís Matos, rejeita a palavra "desclassificação" e considera que "a polémica não faz sentido nenhum".
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Em causa está a consulta pública sobre a redefinição da rede de referenciação, da iniciativa do Governo, que retiraria valências aquelas áreas, o que levou o autarca de Gaia, Luís Filipe Menezes (eleito pela coligação PSD/CDS-PP, IL), e o líder da oposição, João Paulo Correia (PS), a insurgirem-se contra essa possibilidade.
Luís Matos crê que se trata "provavelmente de um lapso". E explica: "Não faz sentido nenhum nós deixarmos de ser aquilo que somos hoje. Somos um centro que tem uma pediatria, uma neonatologia e uma obstetrícia de elevado nível e qualidade. Temos cirurgia pediátrica, temos os cuidados todos necessários para dar resposta à nossa população. Falta-nos, de acordo com a grelha que saiu, um pequeno ponto, uma unidade de cuidados intermédios pediátricos. Sobre isso, temos o firme compromisso que em 2026 vamos ter unidade de cuidados intermédios pediátricos".
"Se é só por isso que estão a ponderar a hipótese de nós sermos IIA em vez de IIB, o assunto morre e morre hoje", disse à agência Lusa, acerca de um ofício remetido ontem para a Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente.
Para o responsável, o que está em causa "não é uma desclassificação". O administrador mostra-se tranquilo: "Os nossos doentes não vão perder absolutamente nada. Aquilo que tem relevância é que uma criança que precise de cuidados desde Gaia até Santa Maria da Feira vai encontrar no centro hospitalar todos os cuidados necessários".
Executivo e oposição lançaram o alerta
O presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, promete "dura oposição" se a ministra da Saúde avançar com a desclassificação. "Quero aqui deixar um alerta: informe-se senhora ministra e se faz favor tranquilize de imediato autarcas, profissionais e cidadãos", escreveu no domingo, nas redes sociais.
João Paulo Correia (PS) foi o primeiro a reprovar a eventual perda. "Causará um impacto negativo a milhares de utentes e famílias que serão forçadas a deslocar-se ao Porto para consultas e tratamentos", avisou no passado sábado.

