O aeródromo de Vila Real está interditado à aterragem de aviões há mais dois anos, depois de a pista ter abatido devido a uma linha de água que corre por baixo. Após um longo processo de reparação, o projeto da Câmara Municipal está quase finalizado e até ao final de novembro espera-se que a pista possa estar novamente a funcionar.
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De acordo com o presidente da autarquia vila-realense, Rui Santos, "a pista foi toda reparada, numa extensão de 250 a 300 metros. Foram compostas as fissuras e resolvidos os problemas de drenagem, o que representou um investimento de 400 mil euros", sublinha o edil.
Neste momento, "falta apenas pintar a pista e efetuar os testes de carga", realça Rui Santos. A GNR está a realizar ações de formação para fazer o controlo de entrada e saída de passageiros. "Estamos convencidos que não primeira quinzena de novembro, na pior das hipóteses, a carreira aérea regressará a Vila Real", frisa.
O autarca lamenta as dificuldades registadas durante o processo de reparação. Nomeadamente as "exigências da Autoridade Nacional de Aviação Civil para fazer picotagens à volta da pista para saber se era preciso fazer mais arranjos".
Onde há mais embarques
O edifício onde funcionam os serviços do aeródromo, "já devia ter sido intervencionado há mais de 20 anos", pois, sublinha Rui Santos, "já não corresponde às exigências do século XXI para albergar Unidade de Emergência de Proteção e Socorro da GNR, uma sala de entrada e saída de passageiros e um dispositivo de combate a incêndios florestais". As obras foram mais demoradas devido à "dificuldade de obtenção de materiais de construção e de angariação de mão de obra".
"É melhor tarde do que nunca", comenta Pedro Leal, presidente da SevenAir, a empresa que detém a carreira aérea Bragança-Vila Real-Viseu-Tires-Portimão até 2023, esperando que as promessas não se percam no tempo. Apesar de estar quase a entrar no período de inverno, em que a empresa apenas faz uma viagem em cada sentido por dia, "é melhor ter a pista aberta do que fechada".
Vila Real tem o aeródromo "onde embarca mais gente" em toda a carreira. "Com Vila Real a ocupação é de 86% e sem este aeródromo é de 45%", refere. O avião tem capacidade para 18 passageiros. Médicos, professores e empresários são as pessoas que mais viajam na carreira aérea entre Trás-os-Montes e o Algarve.
Próxima casa do centro de Proteção Civil do Norte
As obras na pista do aeródromo de Vila Real foram aproveitadas para dar andamento a um projeto mais ambicioso, que importa em mais de 2,5 milhões de euros, e que envolve a construção de um novo hangar de entrada e saída de passageiros, bem como a instalação do centro de Proteção Civil do Norte, da Comunidade Intermunicipal do Douro e também municipal.
"É a partir de Vila Real que será feita a operação de combate a incêndios florestais com meios aéreos", destaca o presidente a autarquia vila-realense, Rui Santos. "Isto implicará mais meios e mais profissionais".