Alguns dos desalojados do temporal que assolou a Madeira a 20 de Fevereiro estão a demonstrar resistência no regresso às suas habitações, revelou a vereadora da câmara do Funchal, Rubina Leal.
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Em declarações à agência Lusa, a autarca responsável pelo pelouro social do Funchal explicou que foram realojadas até ao momento no concelho 155 pessoas afectadas pela intempérie que provocou 43 mortos, oito desaparecidos e 600 desalojados, além de avultados danos materiais.
Rubina Leal sustenta que este é o "stress pós-traumático não é ficção, mas uma realidade", pois muitos passaram por situações muito complicadas, sendo esta "uma forma de ansiedade que as impede de regressar às suas origens porque foram alvo de uma catástrofe natural".
"Existem famílias originárias da zona de Santo António que demonstram alguma resistência no regresso às suas habitações", adianta.
Estas pessoas "estão a ser acompanhadas" e o objectivo é "ajudá-las a retomar as suas casas, as que estão em condições de serem habitadas e têm os acessos devidamente adequados".
Declara "não ser fácil", pois estas pessoas perderam os seus bens materiais e o seu espaço, mas as equipas vão "continuar a trabalhar e a insistir para que ultrapassem esta fobia e este medo que surge após o momento de crise como foram as cheias de 20 de Fevereiro"
Menciona que estas pessoas reconhecem que "a casa está intacta, sofreu alguns danos, é habitável, mas têm medo de voltar".
Rubina Leal salienta que a câmara e as juntas de freguesia do Funchal vão continuar a ajudar as pessoas nas limpezas das habitações e acessos, acrescentando que vão estar no terreno grupos de voluntários, militares e profissionais.
"Nas zonas altas do Funchal, os acessos estão a ser limpos, estão a ser identificadas as zonas que poderão ser de risco e vistoriadas todas as casas de todas as pessoas que foram afectadas", revela.
"Depois do dia 20 e daquela primeira semana têm surgido cada vez mais casos" de pessoas com problemas habitacionais que "estão a ser devidamente acompanhados".
Após o levantamento, "vamos proceder às obras ajudando as pessoas através da entrega de materiais de construção civil para que possam repor as suas habitações", acrescentou.