A Agência Nacional Ciência Viva financiou o centro de Guimarães com milhares de euros. A instituição divulgou, esta quarta-feira, uma lista de diversos financiamentos, ultrapassando os 76 mil euros, sem contar com os pagamentos a professores alocados ao projeto e o financiamento do Norte 2020 de mais de 116 mil euros.
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Pressionado pela oposição (PSD/CDS) durante a reunião do Executivo desta semana, a propósito do afastamento do Curtir Ciência da rede nacional de centros de Ciência Viva, o edil vimaranense, Domingos Bragança, lamentou que Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica (Ciência Viva - ANCCT) “nunca tenha feito contributos para melhorar” o equipamento, enquanto fazia parte da associação que geria o espaço em Guimarães. Confrontada pelo JN com estas afirmações, a instituição responsável pela rede de centros de Ciência Viva divulgou uma lista de vários financiamentos ao Centro de Ciência Viva de Guimarães.
O centro de Ciência Viva da cidade de Guimarães foi excluído da rede nacional, depois de um relatório arrasador, feito pela Comissão Permanente de Acompanhamento que, logo na primeira página advertia que “um dos factores que mais impressiona um visitante é que praticamente todas as salas de exposição estão em mau estado de funcionamento”. O vereador do PSD, Ricardo Araújo, considerou este afastamento “uma humilhação para Guimarães”. O presidente da Câmara, todavia, lembrou que a associação que geria o espaço tinha três sócios e questionou: "por que é que eles [Ciência Viva - ANCCT] não fizeram contributos para melhorar enquanto faziam parte?”
Números de visitantes "um pouco enganadores"
A vice-presidente da Câmara, em conferência de Imprensa no final da reunião do Executivo, veio secundar as palavras do presidente. “Com exceção do ano da pandemia, em que fez uma pequena contribuição, a Ciência Viva - ANCCT limitou-se a pagar as quotas anuais no valor de 2500 euros”. afirmou. Numa listagem de apoios financeiros dados ao centro vimaranense, fornecida pela Agência Ciência Viva constam não só as quotas referentes aos anos de 2019 a 2022, mas muitas outras parcelas, num total que ultrapassa os 76 mil euros.
A instituição nacional elenca, ainda, uma verba 112 586,86 euros referentes aos salários de dois professores colocados no centro em mobilidade no ano letivo de 2023/24 e um financiamento de 116 663,00 euros ao abrigo do Programa Operacional do Norte 2020. No relatório que ditou o afastamento da rede, conclui-se que os 35 mil visitantes que o centro diz ter são “um pouco enganadores” porque agregam ações externas e visitas ao local.