Evento termina no dia 27 e, até agora, o comércio local sente uma quebra nas vendas, comparativamente aos outros anos. Lojas estão mais vazias.
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Há sombra, providenciada pela instalação de guarda-chuvas transparentes e amarelos, que projeta na calçada formas de flores. Um tapete verde, estendido por todo o comprimento, transforma a rua José Maria Veloso, em Águeda, em algo parecido com um jardim. E os comerciantes locais enfeitaram as montras a rigor, para receber o AgitÁgueda – Art Festival, que se encontra a decorrer desde dia 5 e termina a 27. Mas, este ano, a sensação é generalizada: durante o dia, há menos gente a visitar a cidade. O comércio ressente-se. E já só espera que o fim do mês e agosto – sem o certame a decorrer, mas ainda com as instalações artísticas presentes nas ruas – venha salvar o verão.
Ao fim da manhã desta sexta-feira os clientes vão entrando a conta-gotas na Graçart Artesanato. Noutros anos, mesmo sendo dia de semana, a afluência seria maior. “Este ano, está a ser muito diferente, muito mais fraco. O comércio está muito parado”, lamenta Graça Almeida, a proprietária. Mesmo quem entra, conta a comerciante, nem sempre compra.
“Até os emigrantes, que dantes, muitas vezes, nem perguntavam os preços – gostavam, pegavam e levavam –, este ano retraem-se muito”, garante. E “não se vê ingleses e pessoas de outros países, como noutros anos”. Graça está a aguardar que o fim do mês e agosto tragam melhores dias. “Tenho fé nisso. Senão, estamos mal”, atesta.
Na esquina da rua, uma loja ocupada só durante o verão pela associação Juntos Somos Arte também está praticamente vazia. “Está a ser razoável, mas há menos gente nas ruas e menos a comprar. Ainda não chegaram aqueles dias de muita gente, como se via dantes”, adianta Célia Correia, representante da associação que expõe ali, e vende, peças variadas de nove artesãos. As mais pequenas, como ímanes, com motivos de guarda-chuvas – marca do evento –, são das que mais saída têm.
O AgitÁgueda, dizem os comerciantes, costuma ser “um balão de oxigénio” para o comércio local. Mas essa não é uma realidade em todas as áreas de negócio. Luís Gomes, da Livraria Rino, na rua Luís de Camões, nunca sente um grande aumento de faturação na altura do evento. “Não é por causa do AgitÁgueda que as pessoas vêm comprar uma carteira, uma esferográfica ou um livro. Isto não é uma censura, é uma observação. E não há nada a fazer quanto a isso”, constata. Ainda assim, também nota menos gente à sua porta. A “culpa”, opina, pode ser da “maior concorrência”, visto que “só no distrito de Aveiro já há uma panóplia de eventos do género”.
Mesmo na restauração, as quebras estão a sentir-se. “Está a ser um bocadinho mais fraco. O programa também é um bocadinho virado para a malta jovem, que não escolhe tanto este tipo de restaurante”, frisa Elisabete Almeida, do Cantinho Serrano, enquanto acama frangos numa grelha. E depois, sublinha, “as pessoas se calhar também têm menos poder de compra e, por isso, não vêm”.
Programa
Piçarra e folclore
A partir das 15 hora de amanhã, sábado, as ruas do centro da cidade enchem-se com as atuações de nove grupos folclóricos, no já habitual “Encontro de Folclore” do AgitÁgueda. À noite, a tenda dos concertos recebe, às 22.30 horas, Diogo Piçarra, a que se segue, à meia noite, o DJ Padre Guilherme, que alia a vocação religiosa à paixão pela música techno.
Carnaval Fora D'Horas
Um dos pontos altos diurnos do evento acontece domingo, com o Carnaval Fora D’Horas, às 16.30 horas, com desfile de escolas de samba. Junta-se o Color Day, onde pós coloridos são lançados ao ar, inundando de cor todos os presentes. À noite, atuam os Quinta do Bill acompanhados pela Banda Nova de Fermentelos.
Mais concertos
Os restantes concertos agendados são os da banda Polk (segunda-feira), J.Mystery (terça), Isaac Delgado (quarta), Mc Pedrinho (quinta), Wet Bed Gang (sexta), Delfins (sábado, dia 26), e Cutting Crew (27).