<p>Os agricultores de Ovar que viram os campos demilho invadidos e estragados por água salgada da ria de Aveiro reivindicam ajuda monetária. Ontem, segunda-feira, foram à Câmara Municipal pedir o apoio do presidente, Manuel Oliveira.</p>
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Depois de vários hectares de milho terem sido destruídos por uma cheia que, há cerca de três semanas, levou a ria de Aveiro a inundar, com água salgada, os campos de cultivo nos lugares da Marinha e Ribeira, queimando toda a produção, os cerca de 250 proprietários dos terrenos ribeirinhos reclamam, agora, ajuda monetária urgente.
A reivindicação dos agricultores foi apresentada, na tarde de ontem, ao presidente da Câmara de Ovar, Manuel Oliveira, numa reunião que decorreu na Autarquia, na qual participaram cerca de uma centena de agricultores.
No fim da reunião, o autarca afirmou que se trata de um problema "muito complexo" e que os queixumes dos agricultores foram já transmitidos ao Ministério da Agricultura e Ministério da Economia. "Este processo precisa de medidas de dois tipos", afirmou o presidente da Câmara Municipal explicando que, no imediato, é necessário "ressarcir os agricultores dos prejuízos" e uma intervenção no terreno que possa minimizar futuros impactos negativos nas plantações.
Manuel Oliveira referiu que as acções podem passar pelo "desassoreamento e limpeza da ria", recordando, ainda, que, a longo prazo, os problemas de cheias na ria poderão ser resolvidos com a implantação do programa Polis para a ria de Aveiro. "Mas isso pode demorar cerca de dois anos", referiu. O autarca fez ainda questão de lembrar que "não é a Câmara que tem a tutela nesta matéria".
"É da competência dele alertar e ajudar na resolução do problema" contrapôs, ao JN, o responsável pela Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA). Albino Silva reivindica a conclusão do projecto do Baixo-Vouga, datado da década de 80.
O dirigente da ALDA fez também eco da principal exigência dos agricultores considerando que os ministérios competentes devem "accionar o fundo de risco" para compensar os agricultores dos prejuízos.
Também o representante da comissão de agricultores, Agostinho Jorge Lopes, considerou prioritário "minimizar os prejuízos" através de um fundo de garantia "que esteja disponível".