Aluno ficou sem a ponta de dois dedos na escola, Agrupamento de Souselo investiga

Menino foi submetido a três horas de cirurgia no Hospital de São João, no Porto
Foto: João Pedro Santos /Arquivo
Uma criança de nove anos ficou com a ponta de dois dedos amputadas, na passada segunda-feira, quando estava na Escola Básica de Fonte Coberta, em Cinfães. A mãe garante que o menino brasileiro foi vítima de violência e o Agrupamento de Escolas de Souselo, ao qual pertence a escola, está a averiguar o caso.
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Nas redes sociais, a mãe da criança, Nivia Estevam, diz que se tratou de violência e conta que o episódio surge depois de queixas anteriores por "puxões de cabelo, pontapés e enforcamento", sendo que "nenhuma atitude foi tomada pela escola". Naquele dia, "duas crianças fecharam a porta nos dedos" do filho, conta a mãe, quando ele estava na casa de banho, impedindo-o "de sair e pedir ajuda". Não só "perdeu muito sangue" como "precisou de se arrastar por baixo da porta com os dedos já amputados", escreveu ainda.
Carlos Silveira, diretor do agrupamento, garantiu, à Lusa, que foi aberto um "inquérito interno para apurar os factos" e que "os seguros foram acionados, logo no dia seguinte".
Reimplante não foi possível
O alerta para o socorro do menino brasileiro foi dado às 10.44 horas. Segundo contou ao JN, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Nespereira, Paulo Soares, a equipa que esteve no estabelecimento de ensino indicou que a criança terá "trilhado os dedos numa porta e daí resultou a amputação parcial de dois dedos" da mão esquerda.
As falanges foram recolhidas e seguiram com o menor, que foi transportado ao Centro Hospitalar de São João, no Porto, onde deu entrada no serviço de urgência pediátrica. Apresentava "traumatismo da mão esquerda, com amputação de falange distal do 2.º e 3.º dedos", ou seja, as extremidades do indicador e dedo médio, não tendo sido possível o reimplante. "Foi operado pela cirurgia plástica, tendo feito plastia com retalho", cobrindo a zona danificada, referiu, ainda, o hospital, em resposta ao esclarecimento pedido pelo JN. O menino ficou internado e teve alta no dia seguinte, devendo ter em breve uma consulta de acompanhamento.
Processo no Ministério Público
A mãe terá apresentado queixa na PSP e, nas redes sociais, pediu apoio judicial. Um grupo de 15 advogados disponibilizou-se para tratar do processo.
"Vamos proceder à queixa ao Ministério Público e vamos tratar do processo administrativo, da responsabilidade civil da escola em termos de vigilância e do processo cível", revelou, à Lusa, a advogada Catarina Zuccaro. No que respeita à questão criminal, os advogados vão estudar o que poderá ser feito, porque "os envolvidos são menores de idade", mas terão de ser responsabilizados.
