A empresa municipal Águas de Gaia refutou hoje, quarta-feira, que o morticínio de polvos numa praia daquele concelho tivesse resultado de uma eventual ruptura no exutor submarino de Miramar, assegurando que aquela estrutura nem sequer sofreu qualquer dano.
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"Um mergulhador fez ontem [terça-feira] uma observação ao exutor. A aproximação não foi a desejável mas, pelo que viu, tudo aponta para que o exutor esteja a funcionar com normalidade", disse à agência Lusa o presidente da Águas de Gaia, José Maciel.
O responsável prometeu, contudo, uma reavaliação da estrutura "logo que as condições de mar estejam estabilizadas".
Análises efectuadas pelo Laboratório Nacional de Investigação Veterinária (LNIV) indicaram que os polvos - em número elevado - que deram à costa gaiense morreram devido ao excesso de água doce que correu para o oceano durante as fortes enxurradas que assolaram a região nos dias anteriores.
Na sequência, um estudante de Ciências do Meio Aquático do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar referiu, em missiva enviada à empresa Águas de Gaia e à agência Lusa, que havia "milhares de polvos" a viver nas imediações do exutor e equacionava a hipótese de terem morrido na sequência de uma ruptura nos tubos da estrutura.
O estudante Ricardo Ribeiro referia, a propósito, que na altura foi encontrado "um dos tubos que fazem parte do exutor submarino".
Nas declarações à Lusa, o presidente da Águas de Gaia confirmou o aparecimento de um tubo, que já foi recolhido numa operação complexa envolvendo uma giratória de 40 toneladas, mas sublinhou que o seu diâmetro era diferente dos que integram o exutor.
"O tubo encontrado tinha um diâmetro de 900 milímetros e os do exutor têm 800", explicou o presidente da Águas de Gaia, admitindo que a infra-estrutura tenha descido o Douro, na sequência dos dias de intensa pluviosidade.