Está em negociação paragens do comboio em Aguieira, Jafafe e Ninho d’Águia, no âmbito das obras de eletrificação.
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A Câmara de Águeda quer que sejam criados três novos apeadeiros na linha ferroviária do Vouga que atravessa o concelho. A medida, que faz parte do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS) daquele município, tem vindo a ser discutida entre a autarquia e as entidades que gerem a linha e o serviço de transporte ferroviário, estando as conversações muito avançadas.
De acordo com o plano de mobilidade a que o JN teve acesso e que tem um horizonte temporal de dez anos, pretende-se aproveitar a “intenção de eletrificação da infraestrutura da atual Linha do Vouga” para se intervir nas estações existentes e criarem-se três novos apeadeiros junto de zonas urbanas, comércios e serviços, mais concretamente em Aguieira, Jafafe e Ninho d’Águia (a paragem ficará próxima da Escola Secundária Adolfo Portela).
Edson Santos, vice-presidente da Câmara de Águeda, adiantou ao JN, que a autarquia pretende fomentar a utilização deste meio de transporte, pelo que tem vindo a negociar com a CP – Comboios de Portugal e a Infraestruturas de Portugal a criação dos novos apeadeiros, estando as conversações “muito avançadas” e a decorrer favoravelmente.
Para além disso, prevê-se que sejam elaborados “novos horários”. Segundo o autarca, há “carruagens e automotoras mais recentes que estão a ser recuperadas”, o que permitirá tornar o serviço mais eficiente e dar mais comodidade a quem viaja no Vouguinha, que é a única via de bitola estreita em funcionamento em Portugal. Os atravessamentos da linha deverão ser eletrificados, o que permitirá “poupança de tempo”, nomeadamente no percurso entre Águeda e Aveiro, acrescentou. “Cerca de 65% dos 800 mil passageiros que anualmente usam a Linha do Vouga fazem-no nos concelhos de Aveiro e Águeda”, revelou ao JN o presidente da câmara, Jorge Almeida.
O investimento, que o PMUS prevê ascender aos 40 milhões de euros, não caberá à câmara. Estima-se que a entrada em funcionamento deverá demorar mais de cinco anos.
Fomentar uso da bicicleta
No plano de mobilidade, já aprovado pela câmara e assembleia, são propostas, ainda, várias ações para incentivar o uso da bicicleta. A ideia é beneficiar 17 quilómetros de troços de ciclovia já existentes e criar 35 quilómetros de novos, ligando os principais aglomerados residenciais das várias freguesias e as zonas industriais ao centro da cidade.
O primeiro troço a avançar será enquadrado na nova estrada que irá ligar o Parque Empresarial do Casarão ao IC2. Seguem-se investimentos na rede viária a sul, para possibilitar a ligação entre a zona industrial de Barrô e o centro da cidade, bem como ao Estádio e ao Clube de Ténis. Pretende-se expandir, também, a rede das BeÁgueda – Bicicletas Elétricas de Uso Partilhado de Águeda, implementando-se novas estações no centro urbano de Águeda (Centro de Artes, Piscinas, Mercado e Jardim 1.°º de Maio) e fora da cidade, designadamente em Á-dos-Ferreiros, Barrô, Fermentelos e Belazaima.
No diagnóstico feito no PMUS, é realçado que a rede viária do concelho foi construída no sentido de aumentar a eficiência da circulação automóvel, pelo que é preciso “reequilibrar as oportunidades oferecidas a cada modo [de mobilidade] e adaptar a infraestrutura mediante as necessidades”. O documento aponta a realização de 46 ações, que representam um investimento de 90 milhões de euros, 58% dos quais passíveis de financiamento comunitário.
Rede aviária
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Acalmar tráfego
Está prevista a criação de três novas passadeiras sobrelevadas e 22 lombas redutoras de velocidade, assim como a implementação de zonas 30 quilómetros por hora e de coexistência.
Transporte a pedido
Pretende-se desenvolver um sistema de Transporte Público Flexível em áreas onde a oferta de transporte público é inexistente ou muito baixa.
Estacionamento
Até ao verão, serão disponibilizados mais 100 lugares de estacionamento no centro da cidade. Terão parquímetro para fomentar a rotatividade.