<p>Três anos após a tromba d'água que se abateu sobre várias aldeias do concelho de Santiago do Cacém, ainda há marcas dos estragos. Colocar tudo em ordem teve custos estimados de cerca de oito milhões de euros, revelou ao JN o presidente do município.</p>
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Os passeios, os muros e os jardins públicos estão novamente de pé, assim como as habitações levadas pelas cheias, que deixaram vários idosos sem tecto e sem terrenos agrícolas ou animais. Em S. Domingos, a ponte que a água levou, isolando os moradores da aldeia, foi reconstruída pela Estradas de Portugal, encurtando novamente distâncias.
"Nos aspectos mais significativos, está tudo reparado e resolvido, mesmo nas aldeias de Abela e S. Domingos, onde a destruição foi maior", garantiu ao JN Vítor Proença, presidente da Câmara de Santiago do Cacém.
Ainda no rescaldo da madrugada de chuva intensa, estimava-se que os prejuízos pudessem atingir o milhão de euros. Agora que já passaram três anos e que a maior parte da obra está feita, verificou-se que a estimativa ficou muito longe do valor real, subindo à medida em que os estragos foram sendo contabilizados.
"Ao todo, deverão ter sido gastos cerca de oito milhões de euros", calcula Vítor Proença, somando o dinheiro gasto pela Câmara, Junta de Freguesia de Abela e Estradas de Portugal.
Segundo o presidente, além da reconstrução da ponte à entrada de S. Domingos (Estrada Nacional 390) já terminada pela Estradas de Portugal, a Câmara também concluiu os arranjos de outras duas estradas municipais da mesma aldeia (a 1075 e a 1111), que ficaram intransitáveis. "Temos outra, a 1076, que será repavimentada em 2010", sublinha. Quando esta obra se concluir, ficam definitivamente apagadas todas as marcas da tromba d'água.
A onda de solidariedade que se gerou após o caos em que Santiago do Cacém se viu mergulhado não foi esquecida. O presidente sublinha que as iniciativas solidárias foram muito importantes para angariar verbas. Destaca o exemplo do mestre da guitarra António Chainho, um filho da terra, que deu dois concertos para ajudar na reconstrução.