O projeto para a requalificação geral da ponte móvel de Leixões, entre Leça da Palmeira e Matosinhos, está quase pronto, mas ainda não há data prevista para as obras avançarem.
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O projeto que está a ser elaborado pelo Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) para a requalificação global da ponte móvel de Leixões, entre Leça da Palmeira e Matosinhos - e que obrigará a nova interrupção da travessia -, "está numa fase final", assumiu ao JN a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).
Todavia, ainda não há uma previsão de quando a intervenção poderá avançar, não devendo, por isso, acontecer nos próximos meses. É que, findo o projeto ainda será preciso lançar o concurso público e, cumpridos todos os trâmites, proceder à adjudicação da empreitada.
Sem data está também a recolocação da cobertura na zona basculante da estrutura, que em julho do ano passado, segundo a APDL, foi alvo "de trabalhos de manutenção de beneficiação e proteção anticorrosiva".
Em setembro de 2021, com o aproximar do inverno, muitas foram as críticas que se acentuaram por a cobertura não ter sido reposta, tendo nessa altura a APDL assumido que iria ser recolocada este ano. Agora, a versão é que a cobertura "só será reposta no final da intervenção maior", que corrigirá as deficiências estruturais que têm levado às constantes avarias da travessia. Nessa altura, a ponte móvel será também alvo de uma nova pintura.
Quando, a 29 de abril de 2021, estava previsto que a ponte móvel voltasse a abrir (estava encerrada desde 31 de março por conta de uma avaria), a APDL foi obrigada a anunciar que a travessia iria estar fechada mais três semanas por conta de uma anomalia detetada na fase dos testes finais.
Nuno Araújo, presidente do Conselho de Administração da APDL, nesse mesmo dia descartou a necessidade de uma ponte nova, até porque não estava "em condições de investir mais 14 milhões de euros". Ficou então decidido que após um relatório elaborado pelo INEGI, para identificar as deficiências da ponte, a APDL avançaria para uma intervenção maior com a finalidade de corrigir os problemas.
Para Mário Vaz, do INEGI, que acompanhou a monitorização à estrutura durante uma semana e meia, era evidente que "havia deficiências do projeto inicial na componente estrutural".
No relatório do INEGI consta que a utilização de apoios flutuantes (rótulas) e o sistema de acionamento dos tabuleiros "são algumas das deficiências mecânicas" que estão a criar problemas constantes. Tendo em conta que em abril foi a quinta paragem da travessia, o presidente da APDL prometeu que a próxima empreitada vai também incluir sensores, que permitam "antecipar eventuais desgastes de peças, fazendo com que as intervenções durem o mínimo tempo possível".
Inauguração
A nova ponte móvel de Leixões, que liga Leça da Palmeira a Matosinhos, foi inaugurada em 2007. Custou 14 milhões de euros.
Avarias
Desde que foi inaugurada, a travessia já esteve encerrada cinco vezes: em 2013, 2018, 2019, 2020 e 2021.
Encerramento
No total, as cinco avarias determinaram o encerramento da ponte por um período de quatro meses. Esta contabilidade não inclui as interrupções pontuais para manutenção.
Peça feita na Alemanha
Uma das interrupções mais longas aconteceu em 2013. Uma das rótulas teve de ser substituída e a peça teve de vir da Alemanha. A ponte esteve fechada durante um mês e meio.