A quadruplicação da linha ferroviária do Minho entre as estações de Contumil (Porto) e Ermesinde (Valongo) deverá avançar em 2024 e custar 120 milhões de euros.
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Naquele troço, onde também convergem comboios da Linha do Douro e de Leixões (mercadorias), a circulação é feita apenas em duas vias, algo que "constitui um constrangimento à exploração ferroviária, dado que no troço a nascente, entre as estações de Campanhã e de Contumil, já se faz atualmente em via quádrupla", disse à Lusa a Infraestruturas de Portugal (IP).
"É este constrangimento (e as suas consequências) que se vai eliminar" com a quadruplicação, que também incluirá "a segregação dos tráfegos da linha do Minho e da linha do Douro, garantindo, portanto, uma maior fiabilidade dos serviços e a consequente melhoria da oferta aos utilizadores do transporte ferroviário".
A intervenção também implicará "melhorias ao nível ambiental e da segurança", com "a vedação integral do canal ferroviário e da supressão de todas as atuais passagens de nível, substituindo-as por passagens desniveladas".
"Através da implantação de barreiras acústicas nos locais considerados mais sensíveis, serão reduzidos os índices de ruído provocados essencialmente pela circulação noturna dos comboios de mercadorias", diz a IP.
Quanto às plataformas para passageiros, "está também prevista a melhoria das condições de conforto e acessibilidade" nas estações de Rio Tinto (Gondomar) e no apeadeiro de Palmilheira/Águas Santas (Maia), sendo criadas "novas interfaces rodoferroviárias na sua vizinhança, beneficiando a mobilidade das populações e promovendo a utilização dos transportes públicos".
A execução de toda a empreitada de quadruplicação da linha está dependente da emissão de uma Declaração de Impacto Ambiental (DIA) favorável e "dos eventuais ajustes que venham a ser impostos" pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) no processo em curso, iniciado em outubro de 2022.
Em fevereiro de 2020, após uma consulta pública em outubro de 2019, a APA declarou a não conformidade de um anterior projeto de execução para a quadruplicação do troço, que se baseava numa DIA emitida em 2009.
Quanto ao novo projeto, "decorrendo nos prazos habituais, estima-se que a DIA venha a ser concedida no final do 1.º semestre de 2023" e o lançamento do concurso público fica dependente "da abertura de Avisos-Convite, no âmbito do novo Quadro Financeiro Plurianual, ao abrigo do qual a IP irá apresentar candidatura a financiamento comunitário".
O investimento está previsto no Plano Nacional de Investimentos 2030 (PNI2030).
O alargamento da linha entre a estação de Ermesinde e o Porto é reclamada há décadas. São cerca de 200 comboios por dia que por ali passam e que, muitas vezes, têm de esperar por vez para conseguirem circular. Os atrasos são frequentes, para desespero dos passageiros.