O líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, disse este domingo que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, pode contar com a região, mas para isso o Governo tem de "servir os interesses" do arquipélago, porque "a Madeira não é terreno mole".
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"Quero daqui enviar um grande abraço ao atual primeiro-ministro, com votos de rápidas melhoras [...], sabendo, como ele sabe, que a Madeira não é terreno mole, mas é terreno justo, onde o PSD em todas as eleições ganha com largas maiorias", declarou.
Miguel Albuquerque falava na Herdade do Chão da Lagoa, localizada numa zona de montanha nos arredores do Funchal, durante a festa anual do PSD/Madeira, o maior evento partidário organizado na região, ao qual Luís Montenegro faltou por motivos de saúde.
O secretário-geral do partido e líder do grupo parlamentar, Hugo Soares, participou na festa, mas não discursou.
"Nós sabemos, aqui na Madeira, que ele [Luís Montenegro] pode contar com a Madeira, mas ele também sabe que, para contar com a Madeira, o Governo nacional tem que servir os interesses da nossa região", disse o líder regional do PSD, também presidente do executivo madeirense.
Albuquerque classificou como "lapsus conduta" o desentendimento entre as estruturas regional e nacional do partido em relação às eleições europeias, devido a posição ocupada pelo candidato indicado pela Madeira (nono lugar), o que motivou o seu voto contra a lista, mas agora expressa o seu apoio a Luís Montenegro.
"Eu faço votos é que o PSD nacional olhe para a nossa região como uma região que é símbolo da liberdade, do progresso e dos efeitos democráticos da social-democracia", disse, falando para alguns milhares de pessoas que se encontravam na Herdade do Chão da Lagoa.
O líder social-democrata insular disse também esperar que a cimeira entre os governos regional e nacional, prevista para depois do verão, conduza à concretização dos "desígnios justos e equitativos do povo da Madeira e do Porto Santo".
"Nós queremos melhorar o nosso desenvolvimento e para isso é fundamental que a Lei das Finanças Regionais e que a autonomia regional sejam alargadas", explicou, para logo reforçar: "Precisamos destes instrumentos para melhorar o crescimento económico, para melhorar o emprego dos nossos jovens, para fixar investimento, para termos uma terra cada vez mais desenvolvida, mais justa e mais inclusiva".
Miguel Albuquerque, que lidera o PSD/Madeira desde 2014 e o executivo regional desde 2015, sublinhou o facto de o partido continuar a ser a "força liderante" na região, mesmo apesar da crise política motivada pelo processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago, no qual foi constituído arguido.
"Ao contrário do que alguns sonhavam - alguns messias pensavam que o PSD ia entregar o poder, ou que era fácil chegar aqui e tomar o poder de assalto - o PSD continua hoje a ser a força liderante da região", reforçou, vincando que o partido venceu três eleições este ano - nacionais, regionais antecipadas e europeias - e tem o Programa de Governo 2024-2028 e o Orçamento regional para 2024 já aprovados.
"A Madeira é, sem sombra de dúvida, uma terra do futuro e esse futuro faz-se com o governo do nosso partido e com a força, a militância e a persistência e a determinação dos nossos militantes", afirmou
Apesar de este ser o primeiro executivo social-democrata minoritário da história da autonomia, Albuquerque vincou que o PSD mantém o "legado de 48 anos de vitórias" na região.
"Nós aqui sabemos bem o que é que queremos e este não é um partido de gente fraca. Nós estamos aqui para resistir, para aguentar, para combater os nossos adversários externos e internos", avisou, apelando também à união para preparar as autarquias de 2025.