Há 15 anos que há seis freguesias no Douro que ostentam o título de Aldeia Vinhateira. O estatuto rendeu-lhes centros históricos mais atrativos, mais empreendedorismo e atividades para atrair turistas.
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Mas não se alcançou o principal objetivo: estancar a hemorragia populacional que as atinge desde a década de 1960. O número de visitantes aumentou, mas não o suficiente para garantir o seu desenvolvimento económico.
Barcos (Tabuaço), Favaios (Alijó), Provesende (Sabrosa), Salzedas e Ucanha (Tarouca) e Trevões (S. João da Pesqueira) constituem a rede apresentada em fevereiro de 2001. Na altura, gerou-se grande expectativa em torno do projeto. Havia 12,5 milhões de euros para investir na recuperação de espaços públicos e em quase 500 casas nas aldeias, orientar cerca de 300 residentes para iniciar pequenos negócios de vocação turística e realizar festivais para animar as povoações e atrair pessoas.
O problema é que com o passar dos anos foi faltando dinheiro para a animação e o fulgor inicial desvaneceu-se.
Tal como há 15 anos, os lamentos mantêm-se. Os mais novos continuam a sair à procura de melhor vida, a natalidade é diminuta, ficam os mais velhos e a maior parte das atividades económicas apenas sobrevive.
A Associação de Desenvolvimento das Aldeias Vinhateiras que entretanto foi constituída, juntando entidades públicas e privadas, tem em mãos a difícil tarefa de devolver a esperança àquelas localidades. Carlos Carvalho, presidente da Câmara de Tabuaço, que por inerência lidera atualmente a associação, diz ao JN que "é preciso dinamizar o investimento físico que foi feito nas aldeias", nomeadamente através da "requalificação das pessoas, da promoção e da internacionalização do seu potencial turístico". É esse o objetivo de "uma candidatura em curso no valor de 1,2 milhões de euros".
Esta preocupação é partilhada por António Martinho, presidente da Associação Douro Generation, que não esqueceu as aldeias vinhateiras no seu projeto de promoção dos recursos da região duriense nos mercados internacionais. "Se queremos que as pessoas continuem a viver lá temos de arranjar forma de haver mais-valias e retorno económico", salienta.
"Temos de criar condições para que os turistas passem lá mais tempo, como alojamento, restauração e animação", acrescenta José Marques, autarca de Sabrosa.