A Rede Nacional de Geoparques da UNESCO deverá ser alargada de seis para sete, em breve, sendo o Algarve a região que está mais adiantada no processo de integração, aguardando luz verde.
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A novidade foi confirmada esta quinta-feira pelo presidente da Comissão Nacional da UNESCO, embaixador José Filipe Moraes Cabral, à margem de uma reunião em Macedo de Cavaleiros, onde está a decorrer o Encontro dos Ecoparques Mundiais, que termina na sexta-feira.
O Geoparque Algarvensis envolve os municípios de Silves, Albufeira e Loulé, com uma área total de dois mil quilómetros quadrados. "Estamos a trabalhar para destacar os locais de interesse em termos geológicos, mas também as tradições locais do Algarve, região que já é uma referência mundial. Queremos que os turistas queiram conhecer uma cultura diferente e as experiências que podem viver ali”, explicou a presidente da Câmara de Silves, Rosa Palma.
As próprias praias, que tanto atraem os turistas ao Algarve, também têm uma parte geológica interessante. “Já temos uma área reconhecida como interesse natural, que é o Parque Natural Recife do Algarve-Pedra do Valado. Faz sentido o nosso geoparque chegar ao litoral e reconhecer a zona da Pedra do Valado”, salientou a autarca.
Em julho, os peritos da UNESCO são esperados no Algarve. “Nessa altura, saberemos se vamos ou não integrar a Rede de Geoparques da UNESCO e se temos condições para isso”, adiantou Rosa Palma.
Na reunião em Macedo de Cavaleiros, foi ainda proposta a candidatura do Geoparque Verde de Viana do Castelo, no Minho, à rede mundial. Em todo o mundo existem 165 geoparques da UNESCO.
Vantagens no turismo e emprego
O presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Benjamin Rodrigues, vê vantagens em ter o concelho como Geoparque Terra de Cavaleiros, criado em 2014, onde estão identificados 43 goesítos, como o Maciço de Morais, considerado "o umbigo do mundo". “O que mudou foi o movimento de pessoas, sobretudo, da área educativa, que têm vindo conhecer a geologia peculiar que nós temos. As pessoas que nos visitam podem vivenciar experiências em várias áreas, desde turismo da natureza, etnográfico, gastronómico e geológico”, enumerou o autarca, salientando a relevância internacional de pertencer à rede.
Segundo Benjamim Rodrigues, em Macedo de Cavaleiros nasceram negócios graças ao geoparque, como os barcos ecológicos que fazem passeios na albufeira do Azibo, o aumento nsa vendas de produtos etnográficos, como as máscaras de caretos, e o crescimento do setor do Alojamento Local. "Também vêm cientistas e investigadores e, neste momento, temos um cientista chinês a residir no concelho”, acrescentou Benjamim Rodrigues, dando conta de que, anualmente, “há um crescimento entre cinco a 10% de turistas no concelho”.
O presidente da Comissão Nacional da UNESCO disse que geoparques portugueses estão a funcionar bem. “Esta reunião é demoNstrativa da eficácia e do modo como as coisas decorrem. Fazemos duas reuniões por um ano da rede, que é um espaço de cooperação e implementação”, afirmou José Filipe de Moraes Cabral.