Alto Minho reivindica investimento de 115 milhões em nova ponte sobre o rio Minho

Ministro quer que Espanha concretize projetos
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Ministro da Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, considerou num encontro com autarcas em Melgaço, que "as ligações transfronteiriças têm de ser prioridade".
A construção de uma nova ponte sobre o rio Minho, entre Monção e Salvaterra, na Galiza, está a ser reivindicada pelos dez autarcas do Alto Minho, como um dos investimentos determinantes para o desenvolvimento daquele território e sua ligação à região vizinha. A travessia é tida como estruturante, pelo seu futuro papel de ligação à Plataforma Logística e Industrial de Salvaterra-As Neves (PLISAN), implantada numa área com três milhões de m2, e à autoestrada galega A-52. Representa um investimento de 115 milhões de euros, e integra um lote de obras reclamadas pelos presidentes das Câmaras agregadas pela Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, e que representa um bolo global de 240 milhões.
O conjunto de reivindicações, que além da ponte, compreende beneficiações de traçados viários e construção de novos, foi apresentado esta sexta-feira numa conferência em Melgaço sobre acessibilidade e conectividade transfronteiriça. O Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que esteve presente, considerou, a propósito, que "as ligações transfronteiriças têm de ter um espaço de prioridade para aproveitar a ligação dos dois paíes (Portigal e Espanha).
"A ponte está no grupo de investimentos em acessibilidades que a CIM Alto Minho aqui pede e parece-me importante que o país continue a investir nas ligações transfronteiriças. Esse é um dos investimentos mais importantes deste grupo. Temos que trabalhar e definir prioridades", declarou Pedro Nuno Santos, acrescentando: "Imagino que a ponte seja para eles importante, vamos trabalhar, ver o que se pode fazer e quando".
Como base das suas reivindicações, os autarcas apresentaram um estudo efetuado pela CCDR-N que indica que a execução de um conjunto de obras, entre as quais a referida ponte, resultaria num "benefício económico de 120 milhões de euros no PIB da região, no período de 25 anos".
Obras reivindicadas
O estudo apresentado em Melgaço descreve o impacto e os custos dos investimentos reclamados pela CIM do Alto Minho, sendo eles a beneficiação da Estrada Nacional 202 entre Monção e Melgaço com um custo de 30 milhões de euros, da Estrada Nacional 101 entre Valença e Monção, com custo estimado em 10 milhões de euros, e da ligação do IC28 entre Ponte da Barca e Lindoso (fronteira), no valor de 25 milhões de euros. Inclui ainda o projeto de prolongamento da A28 entre Caminha e Valença, num investimento estimado de 45 milhões de euros, variantes em Valença, no valor de 15 milhões, e em Monção, cinco milhões, e a ponte sobre o rio Minho, 115 milhões de euros.
"A CIM Fez um bom trabalho com a CCDR- e nós estamos disponíveis para analisar esse trabalho, sendo que estamos ao mesmo tempo conscientes que a capacidade de resposta orçamental do país não nos permite fazer tudo de uma vez", considerou o Ministro da Infraestruturas, adiantando que "o desafio que temos daqui para a frente é conseguirmos com a região estabelecer prioridades e ir avançando".
Pedro Nuno Santos referiu ainda em Melgaço que "a ligação ferroviária Lisboa-Porto-Vigo é um dos maiores projetos que o país vai ter nos próximos anos e aí sim será uma grande oportunidade para toda a região Norte e para o Alto Minho". E avisou: "A Espanha também tem de dar corda aos sapatos para não haver o risco de chegarmos com uma linha à fronteira e não termos nada do outro lado".

