Um abatimento de terras de grandes dimensões atingiu domingo, à hora do jogo de futebol da seleção, o coração da freguesia de Sistelo, em Arcos de Valdevez, obrigando à evacuação de casas, num total de 31 pessoas retiradas.
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Segundo relatou o Comandante dos Bombeiros de Arcos de Valdevez, Filipe Guimarães, o abatimento de terras aconteceu numa zona de campos agrícolas, entre duas habitações e o castelo da aldeia, formando uma cratera "com 10 a 15 metros de largura, um desnível de cinco a seis metros (profundidade) e com uma extensão de 80 a 100 metros". E existe "risco" de o terreno continuar a ceder, já que "a terra preta está totalmente alagada".
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Trata-se de um deslizamento de terras idêntico ao ocorrido em Frades, Arcos de Valdevez, em dezembro de 2000, que provocou a morte a quatro pessoas, que ficaram soterradas, e destruiu várias habitações. "Foi uma veia de água que rebentou. É o mesmo fenómeno de Frades", afirma o Comandante dos Bombeiros de Arcos de Valdevez, referindo que a situação em Sistelo, conhecido como o "Tibete de Portugal", devido aos terrenos em socalcos, será avaliada ainda hoje por especialistas que estudam o fenómeno de há 21 anos.
O possível regresso da população às suas habitações será determinado mediante a avaliação dos técnicos.
O alerta para a derrocada foi dado pela população à hora do jogo da seleção nacional com a Bélgica. "As pessoas estavam em casa a ver o futebol e começaram a ouvir barulho. Uns dizem que parecia um comboio a passar, outros que parecia um avião. Houve quem dissesse que viu as árvores e a vegetação a serem engolidas", relata Filipe Guimarães, adiantando que a cratera está localizada "a 20 ou 30 metros de duas casas e do castelo de Sistelo".
Os dois restaurantes da aldeia foram encerrados. Das 31 pessoas que foram retiradas das casas em redor da afetada, no centro da aldeia, nove foram transferidas para um unidade hoteleira da região (seis turistas e três habitantes) e as restantes foram realojadas em habitações de familiares na mesma freguesia e vizinhas.