Cerca de 700 alunos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, realizaram, esta terça-feira à noite, uma marcha silenciosa contra o cancelamento das "Barraquinhas", um evento de receção aos caloiros, que estava previsto realizar-se todas as noites, até quinta-feira.
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A ação de protesto, que percorreu as ruas entre o local do evento e o largo da Capela Nova, serviu para mostrar a "tristeza dos estudantes" com a revogação da licença de ruído para a realização do evento no parque de merendas de Codessais, que recebe as "Barraquinhas" pela primeira vez este ano. O evento arrancou segunda-feira à noite e decorreu entre as 23 e as 5 horas.
Segundo o presidente da Associação Académica da UTAD, António Vasconcelos, "o ruído provocado pela música do evento levou um conjunto de moradores da cidade a apresentar uma providência cautelar para anular o evento e a Câmara Municipal cancelou a licença".
O autarca de Vila Real, Rui Santos, revelou que foram apresentadas "imensas" reclamações na PSP e no Ministério Público devido ao ruído provocado pela música, que se ouvia em "níveis altíssimos".
Até 2016, as "Barraquinhas" tinham lugar num pavilhão fechado, mas a ocupação desse espaço por um estabelecimento comercial levou a Associação Académica da UTAD e a autarquia a procurar um novo local para a realização do evento noturno de receção aos novos alunos. A escolha recaiu sobre o parque de merendas de Codessais, um espaço ao ar livre.
António Vasconcelos revelou que foram estudadas alternativas para a realização do evento, mas "todos os cenários ficaram fora de equação sem o licenciamento devido".
"Era uma noite que devia ser de festa, de acolhimento e de construção de memórias. Lamentamos que a comunidade académica, geradora de um impacto económico na ordem dos 1,7 milhões de euros por mês nesta cidade, seja recebida e acolhida desta forma", sublinhou o presidente da Associação Académica da UTAD.