É com um adereço na cabeça inspirado no famoso jogo de simulação de vida real "Sims", que 21 estudantes de vários países da Europa conhecem o Porto durante dez dias. O curso de verão do BEST Porto regressa sob o mote "a ciência por detrás do oceano", não deixando de parte a habitual concentração multicultural.
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"Estou entusiasmado por estes dias. Além de conhecer uma nova cidade, estou a fazê-lo com um grupo de pessoas que partilham os mesmos interesses que eu", partilhou o espanhol Jordi Arqué.
O jovem de Barcelona foi um dos escolhidos, entre as mais de 200 inscrições: "Estou muito contente por conseguir garantir um lugar nesta experiência única".
Na iniciativa, os estudantes têm 28 horas de aulas académicas, que decorrem sempre pela manhã. "Assistem a palestras e visitam espaços relacionados com tecnologia marítima e ciências, como o Pavilhão da Água ou o CEiiA, por exemplo", explicou Rita Marques, uma das organizadoras.
Fora das atividades académicas, as tardes dos alunos são preenchidas a conhecer os vários espaços da cidade. Esta terça-feira por exemplo, o grupo visitou o Mercado do Bolhão.
"O espaço é lindo. Dá a impressão de ser antigo e moderno ao mesmo tempo", partilhou a austríaca Joana Aeapi.
"Culturas são incontáveis"
Joana Aeapi é o exemplo perfeito da "multiculturalidade abrangida pela iniciativa". A jovem é natural da Áustria, mas estuda atualmente na Albânia. "São cerca de 15 nacionalidades. Mas se contarmos os casos como os da Joana, são certamente mais", referiu Rita Marques.
A primeira coisa que Joana Aeapi fez quando chegou ao Porto foi provar um pastel de nata: "Estava muito curiosa. Toda a gente me aconselhou a dizer que eram muito bons".
Mas a curiosidade não se ficou por aí. "A língua é muito diferente e interessante", garantiu a jovem, acrescentando que já sabe dizer "bom dia", "obrigado" e "viajar", por exemplo.
Apaixonado por biologia molecular, o sérvio Alexa Radovarovic já conhecia a iniciativa na faculdade no seu país. "Já tinha organizado lá, mas nunca participei", referiu.
O mais interessante do curso de verão, segundo ele, "é a partilha de conhecimento, culturas e a possibilidade de se inspirarem nos trajetos pessoais de cada um".
A BEST no Porto
O BEST (Board of European Students of Technology) é uma iniciativa europeia em que os estudantes de várias faculdades se comprometem a receber alunos de outros países. O que os une é o facto de todos estudarem na área das ciências e engenharias.
O curso de verão do BEST Porto vai na 24ª edição e os organizadores são os estudantes da Faculdade de Engenharia e de Ciências da Universidade do Porto. Os estudantes estão alojados na residência Livensa, junto à Faculdade de Engenharia e pagaram cerca de 50 euros.
Segundo Rita Marques, o curso "é mesmo a junção do útil ao agradável", uma vez que os estudantes podem aprender mais sobre engenharia e ciências e conhecer uma nova cidade ao lado de pessoas com interesses em comum.
"Mesmo quando a experiência acaba, nós mantemos sempre contacto. Ainda falo com pessoas do ano passado", partilhou Rita Marques.
Para se candidatarem, os alunos têm de responder a um questionário e escrever uma carta de motivação.
Caso sejam escolhidos, os jovens têm de pagar um valor das atividades da iniciativa, que varia para cada país mediante os protocolos com as faculdades.
A "ciência por trás do oceano" é o tema da edição deste ano e dá a conhecer diversas vertentes sobre biotecnologia e tecnologia marítima, tendo como foco, essencialmente, tecnologia, e por base a exploração sustentável e consciente dos recursos do oceano.