O que aprendem na horta é usado na sala de aula e por vezes chegam a levar alguns legumes para casa.
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Alfaces, rabanetes, ervilhas ou couves são alguns dos muitos legumes e hortaliças plantados pelas mãos dos alunos do Colégio Luso Internacional do Porto (CLIP). Inaugurado no verão do ano passado, o Real Food Garden é um projeto iniciado pela associação de pais da escola, que reúne alunos desde os três anos até ao 9.º ano.
Carla Martins, presidente da associação de pais do CLIP, contou ao JN como surgiu a iniciativa: "Tudo começou há quatro anos quando formámos a associação de pais. Tivemos a ideia de criar um evento sustentável para a escola, que promovesse a proteção do ambiente, o CLIP Planet Aid".
A ideia era que esse evento "levasse à geração de fundos que pudessem ser investidos na escola e continuar com a questão da sustentabilidade ambiental e contribuir para o currículo dos alunos", prosseguiu.
"Com um único projeto conseguimos abranger várias valências e isso é bastante proveitoso para os nossos alunos. O facto de poderem vir cá com os professores fazerem medições das folhas ao longo das semanas, terem noção do crescimento que as plantas estão a ter, utilizar isso na matemática, nas línguas e também nas artes", afirma Edgar Fernandes, professor de Biologia e coordenador das ecoescolas.
Criação de valores
Para Susana Mendonça, mãe e membro da associação de pais do CLIP, a horta não só constitui uma fonte de alimentação saudável, mas também é essencial para a criação de valores. "A ligação à terra é fundamental" para recentrar as crianças numa "realidade que elas acabaram por perder", considera.
Maria João Rebola, professora de Ciências e coordenadora das ecoescolas, reforça: "Têm a parte engraçada de experimentar as plantas e, à medida que vão tratando da horta, vão provando e aproximando-se da Natureza".
A felicidade estampada nos rostos dos alunos denota a curiosidade por novas descobertas. "Eu gosto muito de legumes. Costumo comer em casa, mas não sabia como é que cresciam", afirma Maximiano Silva, 13 anos.
Anna-Sofia Farinha, de 12 anos, mostra-se bastante entusiasmada. "No ano passado, correu mesmo bem, ainda consegui levar umas alfaces para casa. Fizemos salada e toda a gente gostou. A comparar com os legumes que compramos no supermercado, estes são mais pequenos e costuma haver menos, mas por outro lado são mais saborosos".
"A comida agora até sabe melhor. O colégio tem muita gente e é preciso muita comida saudável", refere Inês Mendonça, de 12 anos.
Os professores responsáveis afirmam que o projeto tem sido bastante benéfico para os alunos, tanto a nível social como pedagógico e que, por isso, é para continuar.