São alunos do Centro Escolar das Árvores, em Vila Real. Meninas e meninos de nove e 10 anos. Vêm todos igualmente vestidos, com farda da PSP. Queixo levantado, passo apressado, alinham-se em sentido na formatura em frente ao subcomissário Jaime Cruz. O oficial manda destroçar e seguem para a operação de fiscalização de trânsito.
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Beatriz Pinto abeira-se da condutora Susana Gregório, faz continência e pede-lhe os documentos pessoais e do carro. Confere que a carta de condução bate certo com o cartão do cidadão, e que a inspeção está em dia. Devolve-os, diz que "está tudo em ordem", deseja "bom dia" e manda avançar.
"É bom que as crianças comecem desde cedo a perceber o papel da Polícia", comenta Susana, antes de arrancar, deixando Beatriz a confessar que "gostou muito" de participar na operação stop, mas que não passou multas. A manhã ainda permitiu aos polícias de palmo e meio subirem às motas e aos carros da PSP. Maria Gaspar teve um gosto comum a quase todos: "carregar nos botões das luzes e das sirenes".
Tantas experiências e, afinal, quando forem grandes Martim Pedroso e o Gonçalo Pereira querem ser "jogadores de futebol". "Polícia? Não, obrigado." Já não há miúdos como antigamente, dos que só queriam ser polícias ou bombeiros.
E nem há pais dos que ameaçavam as crianças com a vinda da Polícia ou da GNR se não comessem tudo. Maria ainda se lembra de lho terem dito para "ver se comia a sopa toda". Atualmente, "o castigo é ficar sem o tablet". O subcomissário da PSP de Vila Real, Jaime Cruz, diz que a iniciativa permite que "as crianças tenham uma experiência de serem polícias por um dia", perceberem que "o polícia é um amigo e que podem contar com ele, por exemplo, no caso de se perderem". "A maioria delas nesta escola tem essa opinião", realça o coordenador do Centro Escolar das Árvores, Luís Guedes, enquanto o vice-presidente da Câmara de Vila Real, Alexandre Favaios, acredita que a iniciativa "vai ajudar as crianças a serem melhores cidadãos no futuro".