A Câmara de Amares aprovou esta segunda-feira um novo concurso público para concessionar a exploração das Termas de Caldelas, cabendo ao privado a responsabilidade de fazer obras em todos os imóveis do complexo termal no prazo de oito anos.
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Este é o segundo concurso lançado pela autarquia para esse fim, depois de o primeiro, aberto no verão passado, ter acabado sem concorrentes.
O presidente da Câmara, Manuel Moreira, disse esta segunda-feira ao JN que foram "feitas algumas correções" no caderno de encargos, nomeadamente a retirada da cláusula que obrigava a empresa concessionária a requalificar os imóveis mal o contrato fosse assinado.
"Este é um concurso mais flexível, em que continua a ser obrigatório requalificar os edifícios, mas num prazo de oito anos e não logo à partida, como acontecia no anterior. Julgo que poderá ter sido essa uma das razões para que o primeiro concurso tenha ficado deserto", explicou.
O autarca, eleito pela coligação "Juntos por Amares" (PSD/CDS-PP), considera que se trata de um "momento fundamental" para o futuro das Termas de Caldelas, um "ícone do concelho de Amares e do distrito de Braga" que "tem de ser recuperado" para se assumir como uma "alavanca económica" da região.
"Acredito que desta vez será possível fazer a concessão, que é aquilo que queremos, porque a câmara não tem vocação para gerir as termas. Em 2022 assumimos a gestão para impedir que houvesse um vazio, mas não queremos voltar a fazê-lo", assegurou.
A proposta de abertura de novo concurso foi hoje aprovada por unanimidade pelo executivo camarário, com os votos da maioria PSD/CDS-PP, dos dois eleitos do PS e do agora vereador independente Emanuel Magalhães.
Para o socialista Pedro Costa, trata-se de uma "boa solução" para as Termas de Caldelas, que "precisam de ser revitalizadas e dinamizadas". "Entendemos que esta é uma decisão que defende o interesse público, que é aquilo que mais deve importar", afirmou. O acordo de concessão terá um prazo de 30 anos.
Águas para o reumatismo e aparelho digestivo
As águas das Termas de Caldelas são especialmente vocacionadas para o tratamento de perturbações do aparelho digestivo, pele e reumatismo, distinguindo-se pela elevada concentração de minerais.
Em novembro de 2021, face às dificuldades financeiras evidenciadas pela Empresa das Águas Mineromedicinais de Caldelas, a Câmara de Amares comprou os edifícios do complexo termal - à exceção do hotel - e assumiu a concessão das águas. O negócio foi feito por 1,1 milhões de euros.