<p>O projecto de piscicultura autorizado em 2006 para 17,3 hectares do Sapal de Corroios já está a avançar no terreno. O Grupo Flamingo, defensor do ambiente, avisa que será destruído o principal ecossistema do concelho do Seixal.</p>
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"Enquanto temos pisciculturas no Sado a serem vendidas e a falir, não se percebe porque se destrói esta zona sensível", adverte o ambientalista Paulo Gomes, frisando que o despacho do secretário de Estado do Ambiente, datado de 2003, que exigia a reposição do sapal no seu estado natural, nunca foi cumprido.
"É talvez das únicas áreas do concelho a preservar. Estamos a falar de 1% do concelho. É um ecossistema importante", enaltece Paulo Gomes, lembrando que a associação está apenas contra a localização do projecto - que chegou a ser embargado em 2001 - e não contra a piscicultura.
Os ambientalistas acusam ainda a empresa Viveilis - Viveiros de Peixe, Lda., a quem foi cedida uma licença de exploração por dez anos, de ter construído uma barragem que irá secar e destruir o coberto vegetal, um facto que é desmentido pela empresa.
"O viveiro estava arrombado e nós tivemos de o fechar, porque de outra forma não funciona. Agora estamos a recuperar os muros para poder trabalhar. Não estamos a destruir o coberto vegetal e não vamos fazer mais construções", assegurou, ao JN, Francisco Pinto, da Viveilis, que prevê arrancar com a produção em Abril.
Com o intuito de desenvolver um habitat natural, a empresa apresentou recentemente um novo projecto, que inclui a criação de dois charcos para patos, um tanque de pousio e um observatório de aves para a população. "Metade do tanque, por exemplo, vai ser vedado para o caso de as aves querem nidificar e o resto fica para pousarem", descreve Francisco Pinto.
