"A filha é que era a mãe". Carla Soares, empregada de uma pastelaria no centro de Baião, resumiu assim o caráter da antiga colega de escola na EB2,3 da vila. Carla Amorim vivia com a mãe e era a mais velha de quatro filhos de um casal de Mesão Frio radicado em Baião. "Sabemos apenas que ela levou um tiro no peito. Estamos em choque", confessa Vera Mota, outra empregada.
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Carla Amorim chegou a trabalhar num café antes de ir para os serviços prisionais. "Adorava a profissão e a família. Teve uma vida difícil, mas era uma pessoa feliz por ter vencido na vida. Muito acarinhada e querida", garante outra colega. "A mãe, a dona Fátima, tem mais três filhos, mas tinha uma adoração por aquela filha. Eu tenho o mesmo nome e ela trata-me também por Carlinha", lembra, num sorriso atraiçoado pelo lacrimejar.
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"Eram pessoas muito felizes. A Carla até podia andar chateada com a vida, mas a cara irradiava felicidade", refere a colega. Quando a jovem começou a trabalhar nas prisões vinha espaçadamente a Baião. "Estava destacada no Alentejo, mas agora vinha cá mais vezes. Nesses dias lá vinha a mãe comprar o pão que a Carlinha gostava...", acrescenta Carla Soares.
O corpo da jovem será sepultado no jazigo de família, em Mesão Frio, mas só esta quarta-feira, após a realização da autópsia é que será marcada a data do funeral.