Equipamento criado na UMinho é indicado para casos difíceis pois é mais seguro e dá mais dados ao terapeuta.
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A Escola de Engenharia da Universidade do Minho apresentou na sexta-feira um andarilho inteligente que melhora a estabilidade e a marcha do paciente, ao mesmo tempo que monitoriza o caminho em tempo real. O aparelho desenhado no campus de Azurém, em Guimarães, e com tecnologia 100% portuguesa, é indicado para os casos mais difíceis de descoordenação dos movimentos ou ataxia.
Através da inteligência artificial e de um design próprio, o "smart walker" (andarilho inteligente) garante menor probabilidade de incidentes através de alarmes acionados por sensores inteligentes que avisam do aparecimento de obstáculos e eventuais riscos no caminho. Para além disso, o equipamento quantifica e analisa a marcha de modo a estabelecer padrões de gestos e posturas destinados à análise posterior do médico ou terapeuta.
Cristina Santos, coordenadora do projeto que juntou médicos, engenheiros informáticos, eletrotécnicos e biomédicos, explicou que seguiu "uma abordagem centrada no utilizador" pois, desde cedo, foram feitos testes com pacientes atáxicos em contexto hospitalar. A professora do Departamento de Eletrónica Industrial revelou ainda que os resultados foram "bastante positivos".
A equipa da UMinho espera agora atrair empresas para o projeto onde já foram investidos cerca de 50 mil euros. A colaboração envolve ainda o Hospital de Braga e duas empresas privadas.
Quatro modos
O andarilho inteligente tem quatro modos: um manual, outro com controlo à distância por outra pessoa, um terceiro com rota pré-definida e, por fim, o modo misto conduzido pelo paciente com ajuda dos sensores.
Cariz social
O andarilho inteligente confirma a propensão do Departamento de Eletrónica Industrial para equipamentos sociais. Todos os anos, em dezembro, o mesmo Departamento adapta brinquedos de Natal para dar a crianças com deficiência.