Angariados mais de 20 mil euros para apoiar mãe e filha aterrorizadas de Ermesinde
Vigília de apoio juntou mais de 100 pessoas em Ermesinde, na tarde desta sexta-feira. Família tem três propostas de realojamento em casas municipais no concelho de Valongo.
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Em apenas uma semana, a campanha solidária a favor de Andreia Pereira e da filha menor, que viviam há oito meses sem água em casa, em Ermesinde, e intimidadas pelos vizinhos do andar de baixo, permitiu angariar mais de 20 mil euros destinados a ajudar a família a arrendar uma habitação longe do local do conflito e onde têm sido alvo de ameaças.
Aliás, foi sob o olhar atento de agentes da PSP que decorreu, ao final da tarde desta sexta-feira, no Parque Urbano de Ermesinde, a vigília organizada por moradores que têm apoiado a mulher e a filha de 13 anos e que contou com a presença de cerca de 130 pessoas.
Entretanto, a Câmara de Valongo anunciou, na segunda-feira, ter disponível uma habitação municipal para atribuir ao agregado no próximo mês, e reuniu na quarta-feira com Andreia Pereira, informando-a de que haverá também a possibilidade de o realojamento ser feito noutros dois bairros, podendo uma ocorrer em meados do ano e outra já perto do final. A mulher, que teve de deixar a casa onde residia há cinco anos, na zona da Gandra, depois de denunciar a situação em que vivia, por não ter condições de segurança, terá de dizer à autarquia, durante a próxima semana, se aceita ou não alguma das três propostas apresentadas.
“A Câmara diz que a responsabilidade pela minha segurança é comigo e com a polícia”, encolhe-se Andreia Pereira, revelando que a primeira opção apresentada pelo município poderá pô-la em risco, por viverem no bairro proposto pelos serviços municipais familiares do agregado de etnia cigana que a tem ameaçado e que há oito meses desviou o contador, deixando-a sem água em casa. Cátia Pereira de Sousa, a advogada que a representa, alega que “aceitar a proposta é voltar para uma situação de risco”.
Pedem mais polícias
Durante a vigília, o organizador da iniciativa, Jaime Azevedo, anunciou que vai “criar uma petição pública para que seja aumentado o número de polícias em Ermesinde”, uma vez que “as pessoas estão a sentir-se inseguras com as ameaças e assaltos que têm ocorrido”. “A população da Gandra está aterrorizada”, afirma o morador, que pede “policiamento de proximidade”.
Ajuda
987
doações tinham sido feitas, até ao início da noite de ontem, na plataforma GoFundMe, onde decorre a campanha de angariação